Uma seleção brasileira improvisada no gramado e no banco, cachê milionário e Pep Guardiola comandando o meio de campo adversário. No dia 13 de novembro de 1999, Brasil e Espanha se enfrentaram pela última vez. Empate por 0 a 0, em Vigo, em amistoso comemorativo ao centenário da Real Federação Espanhola. O ponto inicial de uma espera que termina domingo, com o reencontro entre os dois países na final da Copa das Confederações.
A participação brasileira no jogo festivo foi marcada pela desordem. Acertada em cima da hora, com um robusto cachê de US$ 1 milhão para a CBF, a partida provocou uma divisão rara na comissão técnica. Wanderley Luxemburgo (conforme a grafia da identidade que o treinador usava na época) seguiu para a Austrália, onde comandaria um amistoso da seleção olímpica no dia seguinte. Coube ao auxiliar Candinho dirigir a equipe contra os espanhóis.
"Tínhamos a sensação de que faltava um comandante. Mas o Candinho armou muito bem o time, da forma que o Luxemburgo costumava armar", relembra Élber, centroavante brasileiro naquela partida, hoje secretário de Esportes de Londrina e comentarista da Copa das Confederações para a tevê alemã.
Improvisada no comando, a seleção teve uma passagem mambembe por Vigo. Com Roberto Carlos e Rivaldo como principais estrelas, chegou na véspera da partida e fez apenas um treino. Marcos e Zetti, os goleiros, foram chamados um dia antes do embarque. No caso do ex-são-paulino, a convocação foi uma homenagem, exatamente como no do zagueiro Aldair.
Dona da festa, a Espanha partiu para cima do Brasil. Criou boas oportunidades com Raúl e Morientes, mas não conseguiu reverter em gols um estilo de jogo bem diferente do atual. "Jogava mais na força. Tinha toque de bola, mas não como o de hoje", conta Élber, que lembra bem do meia que carimbava todas as investidas ofensivas da Fúria. "Todo ataque tinha de passar pelo pé do Guardiola."
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