
O Time
Ney Franco tem dúvidas
Se a disputa pela camisa 1 está definida com facilidade mesmo com a suspensão de Édson Bastos, o mesmo não pode ser dito quanto à participação do zagueiro/lateral Lucas Mendes e do atacante Marcos Aurélio. Sem pressa para definir a equipe, o técnico Ney Franco vai esperar até amanhã para decidir como escala o Coritiba que enfrenta o Paraná. "Existe a possibilidade de usar o Lucas, que treinou com bola hoje [ontem], e na quinta [amanhã] vamos avaliar isso", contou Franco.
A volta do lateral-esquerdo Triguinho está descartada. Franco espera por Lucas Mendes ou ainda pode criar uma solução para a dúvida no ataque, trocando o sistema com quatro defensores por três e com um reforço no meio, jogando Enrico na ala esquerda. Desta forma, o Coxa poderá contar com Marcos Aurélio juntando-se ao quarteto de ataque atualmente titular. Rafinha, Dudu, Betinho e o próprio Enrico ocupam as vagas no setor ofensivo atualmente.
Mas nada disso será possível caso o atacante, recém-recuperado de contusão, esteja sentindo dores. "Mas não é nada tão sério, na quinta [amanhã] a gente define também", confidenciou o treinador. Marcos Aurélio também procurou minimizar o problema: "Está tudo bem, senti um pouquinho, mas não é nada."
Vanderlei será o camisa 1 do Coritiba na primeira partida do time em Curitiba nesta Série B. O goleiro entrará em campo substituindo o suspenso Édson Bastos, no clássico da Vila Capanema contra o Paraná, clube que lhe traz boas lembranças. "O título de 2007, campeão em cima deles na Vila Capanema [pelo Paranavaí, no Estadual], é marcante. Você ser campeão por uma equipe do interior é muito difícil", lembra. Foi daquele momento, no mesmo palco de sábado, que ele ganhou asas na carreira.
O paranaense de Porecatu é um modelo de profissionalismo. Após se destacar no Brasileiro de 2009, ele acabou ficando no Coritiba após suposta procura do Santos no começo do ano "não passou de especulação", conta e na reserva de Édson Bastos. Do preterido nunca se ouviu nem uma reclamação sequer.
"Essa amizade vem de três anos", lembra. "Ele machucou, eu joguei, depois eu machuquei... Quando ele estava no banco, teve paciência, me deu apoio, e eu faço isso também", explica, mostrando algo incomum no competitivo meio dos boleiros.
Bastos, um pouco mais rodado no futebol, confirma a relação pacífica entre ambos. "Quando estamos em campo, procuramos fazer o melhor, mas, fora, temos um relacionamento muito bom. Sempre conversamos, ele é um menino bom, nos concentramos juntos", conta, afirmando que a disputa pela camisa 1 do Coxa é leal, mas acirrada.
"Tem de fazer o melhor, colocar pressão um no outro com competitividade, porque quem ganha com isso é o elenco, o clube."
O discurso de parceria é corroborado pelo técnico Ney Franco. "Eu sempre digo que o projeto do Coritiba está acima das vaidades pessoais."
Porém, sabe-se que enfrentar um clássico com mando rival (especialmente quando este vem de uma goleada de 4 a 0 sobre o ex-líder, Náutico) é complicado. Que dirá quando o goleiro fará apenas a terceira atuação oficial no ano (seis ao todo, com amistosos).
"Não estou jogando, mas venho trabalhando forte. Não tenho aquele ritmo, pesa um pouquinho. Mas é superar isso com concentração", promete Vanderlei, que conta com o respaldo do comandante. "Eu os coloco no mesmo nível. Não é uma mudança que você fica com expectativa negativa. Os dois estão na Série B, mas têm condições de jogar na Série A."
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