O Cubo d'Água voltou a ser palco de grandes emoções. Depois da consagração de Daniel Dias, o grande destaque da delegação do Brasil em Pequim, e as medalhas de André Esteves, foi a vez de uma mulher exaltar o nome do país. Verônica Almeida conquistou, neste sábado, o bronze nos 50m borboleta (categoria S7) e foi a primeira brasileira na natação a subir no pódio nas Paraolimpíadas. Antes de pôr a conquista no peito, a nadadora dedicou sua medalha à vida.
"Isso é a vontade de vencer, e mais ainda, a vontade de viver. A medalha é uma homenagem à minha vida", disse ela.
Verônica tem síndrome de Ellos Danos, uma doença rara que traz prejuízos progressivos e irreversíveis para os movimentos do corpo. Atualmente, a previsão de vida para a nadadora é de dois a seis anos de vida. Mas ela ainda tem chance de reverter a situação, assim como fez nos 50m borboleta, quando conseguiu o bronze em uma prova de recuperação. Após Pequim, a brasileira segue para a França, onde vai se submeter a um tratamento no Centro de Estudos de Doenças Coronarianas e Degenerativas. Será testado na nadadora o primeiro medicamento desenvolvido para a síndrome. A esperança é aumentar a expectativa de vida de Verônica em 30 anos.
Ainda no local de competições mais emocionante das Olimpíadas, André Esteves ficou em quarto nos 100m costas (categoria S10). O brasileiro soma três medalhas em Pequim, sendo duas de ouro, nos 100m borboleta e 100m livre, e um de prata, nos 200m medley.
Gabriel Feiten e Adriano Pereira acabaram a final dos 50m livre, categoria S2, nas últimas colocações. O grego Georgios Kapellakis garantiu o ouro com o tempo de 1m04s85, seguido pelo russo Dmitri Kokarev, que cravou 1m05s15. Jim Anderson, da Grã Bretanha, completou o pódio com a marca de 1m06s09. Gabriel e Adriano ficaram muito atrás, e fecharam com os tempos de 1m15s14 e 1m15s41, respectivamente.
Nos 50m borboleta, categoria S6, o brasileiro Lucas Silva terminou em oitavo lugar. A medalha de ouro ficou com o chinês Qing Xu, que bateu o recorde mundial da prova, com a marca de 30s79. A prata foi para o japonês Kyosuke Oyama e o bronze para o britânico Sascha Kindred.
Das águas paras as pistas, o Brasil também fez bonito no exuberante Ninho de Pássaro. Lucas Prado abocanhou nos 200m rasos, categoria T11, sua segunda medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos de Pequim. O atleta, que já havia vencido a prova dos 100m, ainda quebrou o recorde ao marcar 22s48. Terezinha Guilhermina conquistou a medalha de bronze na prova dos 400m rasos, categoria T12.
No início da madrugada paraolímpica, Edson Pinheiro conseguiu a classificação para a final dos 200m rasos, classe T38, mesmo ficando em quarto lugar em sua bateria (23s62). Os três primeiros de cada chave avançam à final, mas sobram duas vagas para o sétimo e o oitavo melhores tempos na classificação geral. A disputa pela medalha de ouro acontece neste domingo, às7h16m. Carlos Barto também vai brigar por medalha, mas nos 1.500m, classe T11. O brasileiro fechou sua bateria com o tempo de 4m16s29 e garantiu sua vaga na decisão, que acontece nesta segunda-feira, às 7h45m.
Ainda no Ninho de Pássaro...
Na final do lançamento de disco, categoria F57/F58, Leonardo Amâncio somou 947 pontos e ficou em sétimo lugar na classificação geral. Alexey Ashapatov, da Rússia, levou a medalha de ouro ao cravar o recorde mundial da prova: 57m61, 1079 pontos. Como duas categorias disputam juntas a prova, existe um sistema de pontuação para equilibrar a competição entre pessoas com diferentes níveis de deficiência. Assim, a prata foi para o chinês Weihai Zheng, que bateu o recorde mundial da classe F57 ao lançar o disco a 49m09 e fazer 1052 pontos. A medalha de bronze também ficou com um atleta da classe F57, o tcheco Rostislav Pohlmann, que conseguiu 975 pontos ao marcar 45m48.
O assunto agora é bola
As meninas do goalball brasileiro se despediram das Paraolimpíadas com derrota para a Dinamarca. Elas perderam por 3 a 2 e terminaram a campanha com quatro derrotas, um empate e duas vitórias. Lykke Vedsted fez os três gols das dinamarquesas. Claudia Amorim e Adriana Lino descontaram para o Brasil. No futebol de cinco, a seleção brasileira goleou a Grã Bretanha por 5 a 0 e assumiu a segunda colocação da competição. Foi a terceira vitória brasileira nos Jogos Paraolímpicos de Pequim.
Nesta segunda-feira, à 1h, a equipe volta ao Estádio Olímpico de Hóquei de Grama para enfrentar a China na última partida da primeira fase. O time precisa ganhar para disputar a medalha de ouro sem depender de outros resultados.
Na estréia do Brasil no vôlei sentado em Jogos Paraolímpicos, a seleção masculina se despediu de Pequim na sexta colocação. A equipe perdeu para a China por 3 sets a 1, com parciais de 25/17, 17/25, 25/18 e 25/13. O principal pontuador do jogo foi o chinês Zhongmin Zhang, com 28 acertos. Pela China, também se destacou Hui Gao, com 16 pontos. Pelo lado brasileiro, Samuel Arantes e Wescley Oliveira terminaram com 12 pontos cada um.
A bolinha também tem sua vez
Parecia que não era o dia do Brasil no tênis de mesa em Pequim. As seleções das classes C1/C2 e C4/C5 foram eliminadas dos Jogos Paraolímpicos, nas quartas e nas oitavas-de-final, respectivamente, neste sábado, mas o time da classe C3 fez bonito e se classificou para as semifinais. Por 3 a 0, Luiz Algacir Silva e Welder Knaf ganharam suas partidas de simples e em dupla contra a Áustria, que conta com Egon Kramminger, Manfred Dollmann e Gunter Unger.
Brasil pára na velocidade em Pequim
Os brasileiros não foram bem nas corridas das classes LC1/LC2/CP4 e LC3/LC4/CP3 do ciclismo de estrada. Soelito Gohr foi o sexto colocado no Circuito de Triatlo, fechando a prova de seis voltas (72,6km) em 1h46m14s19. Flaviano Carvalho não ficou nem entre os 10 primeiros de sua categoria. Foi o 14º, com o tempo de 1h39m16s09 em cinco voltas (60,5km).
O ouro da LC1/LC2/CP4 foi para o italiano Fabio Tribolli, da Itália, que cravou 1h46m03s08. David Mercier, da França, e Michael Gallagher, da Austrália, completaram o pódio. Na LC3/LC4/CP3, o lugar mais alto do pódio foi de Darren Kenny, da Grã Bretanha, que completou a prova em 1h37m00s74. A medalha de prata ficou com Javier Ochoa, da Espanha. O tcheco Tomas Kvasnicka levou o bronze.
Força na terra, força no mar
Alexsander Whitaker não conseguiu passar dos 172,5kg levantados e ficou em 10º lugar na final do halterofilismo, categoria até 67,5kg. A medalha de ouro foi para o novo recordista paraolímpico Metwaly Ibrahim Mathna, do Egito, que agüentou 217,5kg. O iraniano Ali Hosseini também superou o antigo recorde paraolímpico, mas não ultrapassou o egípcio e garantiu a prata ao levantar 215kg. Maoshun Wu, da China, recebeu a medalha de bronze por erguer 200kg. No mar, as notícias também não são animadoras.
Luiz César Faria, Darke Mattos e Rossano Leitão, únicos brasileiros representando o Brasil na vela paraolímpica, na classe sonar, até melhoraram a performance nas regatas deste sábado, mas não conseguiram recuperar o mau resultado dos primeiros dias de competição e se despediram dos Jogos de Pequim em último lugar na colocação geral, com 128 pontos. Em doze regatas, no total, a melhor colocação brasileira foi na nona, quando o barco ficou em sétimo.
A medalha de ouro foi para o barco da Alemanha, que ganhou apenas uma regata, mas se manteve sempre entre os primeiros e somou 55 pontos. O barco francês venceu três provas, mas teve dois sétimos e um oitavo lugar. Com a campanha, os franceses somaram 61 pontos e levaram a prata. O bronze ficou com os australianos, que também acumularam 61 pontos, mas perderam nos critérios de desempate.
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