Um clássico de segundo tempo emocionante, duas expulsões ingênuas, arbitragem conturbada, virada no fim e desfecho que traz esperança para um lado e desespero ao outro.
Ao mesmo tempo em que a vitória do Atlético sobre o Paraná por 3 a 2, ontem, na Vila, manteve o time de Geninho na briga pelo título do returno, os comandados de Ricardo Pinto ficaram estagnados na ZR, a três pontos do antepenúltimo colocado Rio Branco. A quatro rodadas do término do campeonato, o Furacão provou que ainda tem munição para tentar derrubar o distante líder Coritiba. Já o Tricolor vê mais complicada a salvação da degola.
Em campo por apenas 21 minutos, o atacante Adaílton, que substituiu o volante Alê na etapa final, decidiu a partida após longo lançamento de Wagner Diniz (44/2.º). O gol tardio manteve a escrita paranista de não vencer o rival como mandante desde 2006 na Vila Capanema o jejum começou em 2002.
Kelvin havia aberto o placar para delírio dos tricolores (4/2.º). Madson, de calcanhar, empatou aos 13/2.°, tirou a camisa e foi advertido. Um minuto depois, Léo fez novamente para os donos da casa. Quando Madson igualou (32/2.º) e provocou a torcida rival, foi expulso. Luiz Camargo, que levou dois cartões amarelos em dois minutos, já tinha deixado o Paraná com um jogador a menos um pouco antes.
"Ganhar assim é muito bom, como também é bom ver o Adaílton entrar determinado desse jeito. O grupo não se acomodou", disse o atacante Lucas, exaltando a disposição do herói atleticano.
"A arbitragem não colaborou, mas tivemos chance de matar o jogo. Não fizemos e aí eles mataram", reclamou o avante Kelvin, 17 anos, que está fora do confronto contra o Botafogo, na quarta-feira, pela Copa do Brasil. Ele vai defender a seleção brasileira sub-18.
Com média de idade de 21 anos e pouca experiência, o Tricolor não soube fazer seu jogo nas duas vezes em que liderou. Mais tarimbado e com méritos, o Rubro-Negro aproveitou-se da situação.
"Esperávamos que eles amadurecessem logo, mas os resultados não estão aparecendo. Agora temos de ganhar com ou sem experiência", apontou Ricardo Pinto, que tem pela frente Operário e Cascavel, fora de casa, e Arapongas e Iraty, em Curitiba, como adversários na luta contra o descenso. "Esse baque não estava nos planos, mas temos de passar por cima", emendou.
Do outro lado, o Atlético sai fortalecido do clássico. Para Geninho, o Furacão melhorou em relação às últimas apresentações, arriscou e por isso saiu vitorioso. "Temos de salientar a vontade do grupo de virar o placar. Tivemos personalidade", declarou o treinador, que mesmo assim vê seu time com chances remotas de superar o Coritiba no returno, cinco pontos à frente.
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