Frank Williams, sócio da melhor equipe da década de 90 na Fórmula 1, afirmou com todas as letras para a imprensa inglesa, neste domingo: "Diante da pressão financeira a que estamos submetidos, as mudanças no regulamento para reduzir os custos representam grande benefício". Sua organização precisou fazer empréstimos nos últimos dois anos para sobreviver na F-1 e Bernie Ecclestone, promotor do show, adiantou recentemente 14,5 milhões de euros do que a Williams tem direito a receber da Formula One Management (FOM) para a equipe prosseguir com suas atividades regulares.
Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", reproduzida pelo site da revista inglesa Autosport, Frank Williams reconheceu o momento difícil de sua organização com a perda de patrocinadores e de parceiros técnicos, como Lenovo, Petrobras e, possivelmente, o Royal Bank of Scotland. Tem contra si ainda o fato de várias equipes pertencerem a montadoras, empresas que não necessitam, obrigatoriamente, de investidores para prosseguir competindo e possuem capacidade para colocar muito dinheiro no negócio a fim de vencer.
"Trabalhamos no vermelho nos dois ou três últimos anos, mas temos reservas para nos mantermos ativos", afirmou Williams. E deu sua visão de como deveria ser a vida dos donos de times na F-1. "Temos de obter lucro. Para fazer sucesso e ter a certeza de continuar no negócio, temos de ter sucesso financeiro também" Desde que alugava carros da March no início dos anos 70 para disputar o Mundial, é a primeira vez que o último dirigente que compete segundo modelo econômico daquela época sinaliza deixar a F-1.
Para concluir o novo modelo FW31, Frank Williams recebeu ajuda de Ecclestone, que lhe adiantou dinheiro. Enquanto para empresas como Fiat (Ferrari), Mercedes (McLaren), BMW, Renault e Toyota destinar 300 milhões de euros à F-1 não compromete sua existência, Frank Williams tem de convencer patrocinadores a investir ao menos o suficiente para participar do campeonato, abdicando de sonhar novamente com as vitórias: algo perto de US$ 100 milhões, um imenso desafio.
Sua determinação impressiona ainda mais quando se sabe que esse senhor de 66 anos está tetraplégico desde 1986 e depende de profissionais de saúde para lhe auxiliar nos exercícios respiratórios diários, a fim de sobreviver.
As novas regras devem reduzir em 30%, este ano, o orçamento básico para se disputar a F-1, o que somado à elevação do que cada escuderia passou a receber de Ecclestone, tende a tornar a missão de Frank Williams um pouco menos penosa. Não há na F-1 quem não deseje ver os carros de Frank Williams no grid.
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