No sábado passado o mundo se espantou com a performance da chinesa Ye Shiwen de apenas 16 anos: nos 400 m medley ela se tornou a primeira mulher a bater o recorde mundial da prova desde a proibição dos supermaiôs no fim de 2009, com o tempo de 4min28s43. Levou o ouro e, se não bastasse, fez os últimos 50 m em apenas 28s93. Para se ter ideia do feito da pequena oriental, o norte-americano Ryan Lochte, que também venceu os 400 m medley, cravou os últimos 50 m em 29s10.
A performance fica ainda mais impressionante analisando o poder de recuperação da chinesa. Shiwen, de 1,72 m, nem sempre nadou à frente das adversárias durante a prova. Na virada dos primeiros 50 e 100 m ela estava apenas na quinta colocação e só assumiu a liderança nos últimos 100 m.
A jovem, considerada um fenômeno em seu país, ganhou fama mundial com o triunfo londrino. "Lochte pode dar graças a Deus que Ye Shiwen é mulher e não possa competir contra ele" destacou a agência oficial chinesa Xinhua.
Mas nem todos estão tão eufóricos com o feito da "pequena notável". Alguns jornalistas chegaram a suspeitar de que o tempo de Shiwen foi impulsionado por doping. "A natação chinesa tem uma vergonhosa história de doping que qualquer feito notável por algum de seus atletas é, inevitavelmente, ligado a isso", declarou o tabloide inglês Daily Mail. Os orientais, obviamente, negam veementemente o uso de qualquer substância ilícita.
Preferem enaltecer a participação da nadadora no programa do governo chinês para selecionar os melhores atletas de acordo com as características físicas. Shiwen foi escolhida para fazer natação por causa de suas mãos e pés grandes. Ela foi enviada para o centro de treinamento governamental quando era apenas uma criança.
Shiwen volta à piscina hoje, às 16h39, para nadar os 200 m medley mirando a quebra de mais um recorde, dando mais lenha para os incrédulos.
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