Ecossistema hiperconectado de celulares
Com blockchain, startup Nodle transforma celulares em “nós”; entenda a tecnologia
O uso intensivo de tecnologia e o tempo em frente às telas de aparelhos celulares são características comuns ao público brasileiro e que despertam o interesse da startup americana Nodle no país. A plataforma descentralizada lastreada na tecnologia blockchain criou uma rede na qual cada smartphone se torna um ”nó”, criando um ecossistema hiperconectado de aparelhos celulares ao redor do mundo.
A tecnologia da Nodle tem como premissa o uso das conexões bluetooth, responsável por identificar a localização de aparelhos conectados à rede. Ao identificar aparelhos próximos via geolocalização, usuários que se conectam ao ecossistema são recompensados com a NODL, token proprietário da Nodle, em uma carteira cripto.
No Brasil desde 2022, a Nodle já tem o país como seu terceiro principal mercado global em número de usuários ativos, atrás apenas dos Estados Unidos e Vietnã. “É um mercado importante pra Noodle e será ainda mais intenso nos próximos meses”, diz Carolina Mello, diretora de marketing da Nodle.
Por aqui, a Nodle transfere seus tokens a partir de uma parceria com a corretora Mercado Bitcoin. Todo o sistema da Nodle tem servido de ponto de partida para que a startup firme parcerias com grandes empresas interessadas em localizar dispositivos de maneira física. Um exemplo está na parceria com a locadora francesa Roole, na qual usuários da Nodle (os chamados Nodes), identificam e localizam veículos furtados ou roubados via monitoramento de tags com a tecnologia bluetooth.
Para as empresas como a Roole, a vantagem está em ter acesso a um relatório detalhado que mapeia a jornada de um item após a venda, avaliando toda a sua vida útil. “Pense em uma fabricante de celulares que deseja entender onde as peças de um aparelho vão parar após anos de uso. São informações úteis para estratégia e até e tecnologia”.
Por outro lado, usuários são recompensados pelos registros feitos, também com os tokens NODL, quando isso for solicitado a eles. Atualmente, a Nodle realiza cerca de 1 milhão de transações por dia e possui mais de 600 mil usuários ativos em todo o mundo.
Da foto para o NFT
Depois de explorar o potencial da tecnologia blockchain, a Nodle agora também mira novas tecnologias baseadas na livre troca de informações em rede. Um novo recurso lançado pela startup permite a criação de Tokens Não Fungíveis verificados, os NFTs, a partir de fotos tiradas com a câmera dos celulares registrados na rede da Nodle.
Baseados em blockchain, os tokens são exclusivos e têm o propósito de autenticar, de maneira digital, qualquer ativo físico. A tecnologia ganhou popularidade a partir da criação e certificação para autenticação de obras de arte e até mesmo experiências imersivas na internet, como moedas de troca para fãs aficionados e membros de comunidades mundo afora.
Atualmente, a Nodle permite a criação e venda de NFTs entre membros da rede e proprietários da carteira digital no aplicativo para usuários Android -- em breve, também disponível para dispositivos iOS.
Os planos da Nodle
Com a ampliação dos sistemas operacionais aceitos pela tecnologia de comercialização dos NFTs, os planos da Nodle incluem a criação de um marketplace no qual tokens poderão ser comercializados livremente, não apenas entre pessoas, mas também entre empresas. Do lado das soluções pensadas para o curto prazo, a Nodle também pretende lançar uma solução dedicada à criação de “missões inteligentes”.
Na prática, isso significa que usuários poderão entrar no aplicativo e criar suas próprias missões dentro da rede, para qualquer finalidade. “Pessoas e empresas poderão criar uma missão, seja para trazer visibilidade a um negócio ou se conectar a novas pessoas. Quando cumpridas, essas missões serão revertidas em moedas NODL, como recompensas desse universo digital”, explica Carolina. “Será como unir o físico e o digital”.