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Pesquisa Beyond Borders 2020, realizada pelo Ebanx, buscou entender o impacto da Covid-19 no e-commerce da América Latina e seu potencial para o próximo ano

Comércio digital na América Latina

E-commerce na América Latina cresce 8,5% em 2020; veja 7 tendências para 2021

Aléxia Saraiva
16/12/2020 18:53
Em meio à crise do novo coronavírus, o e-commerce na América Latina fez história. Com crescimento de 8,49% no ano e valor de mercado de US$ 200 bilhões, a região foi a segunda com crescimento mais rápido no setor no mundo, atrás apenas do Sudeste Asiático. Os dados são da pesquisa Beyond Borders 2020/2021, realizada pelo Ebanx e publicada nesta terça-feira (15), que teve como objetivo entender o impacto da Covid-19 no e-commerce da América Latina, bem como seu potencial para o próximo ano. Para isso, o estudo foca em quatro países: Brasil, México, Chile e Colômbia.
Esse crescimento acelerado – que,
em condições normais, só seria atingido em 2022 – contou com 52 milhões de novos
consumidores no comércio eletrônico durante a pandemia nos países latinos. Isso
elevou o número de consumidores online em até 30% na região.
Só no Brasil, o crescimento foi de 8,5% em 2020, e a previsão para 2021 é um aumento de 19%. No Chile, país mais digitalizado da região, o aumento foi de 1,5% em 2020 e a previsão é de passar a 22% no próximo ano.
Para compor os dados da pesquisa,
a metodologia contou com a parceria da Americas Market Intelligence (AMI),
compilando dados internos e externos de empresas relacionadas ao mercado de
e-commerce, pesquisas com 3.280 consumidores de países latinos e entrevistas
com executivos de grandes concorrentes do setor, como World Bank, Cielo, Stone
PayPal e Mercado Livre.
Além de um panorama da área
nestes países, a pesquisa também elenca sete tendências para o e-commerce na
América Latina (veja abaixo).

Digitalização e inclusãofinanceira

Na apresentação da pesquisa, realizada nesta terça-feira
(15), a head de marketing internacional do Ebanx, Jaqueline Bartzen apontou o
quanto o cenário é positivo na região.
“A primeira história muito clara que vemos no estudo é que existe uma nova América Latina nascendo no comércio como um todo, mas especialmente no e-commerce. E isso se deve a dois fatores: a inclusão financeira e a digitalização”, afirmou a executiva.
O auxílio emergencial concedido pelos países impulsionou a inclusão financeira em toda a América Latina. Um dos destaques é o Brasil: segundo dados do Banco Central, 9,8 milhões de brasileiros passaram a ter acesso a produtos financeiros entre março e setembro.
Além da inclusão financeira, a inclusão digital também fez diferença. Pela primeira vez, o número de usuários de 4G superou os de 3G e 2G, chegando a uma média de 51% de uso da tecnologia na América Latina, versus 32% e 17%, respectivamente.

Os dez sites mais acessados pelos brasileiros na pandemia

Com dados da SimilarWeb, a pesquisa também revela os sites mais acessados pelos países latino-americanos entre janeiro e julho de 2020. Com mais de 250 milhões de acessos em maio e julho, o Mercado Livre se mantém na liderança com folga. Suas versões locais também são líderes nos acessos colombianos e mexicanos, e vice-líder no Chile.
No Brasil, o Mercado Livre é seguido, respectivamente, pela Americanas, OLX, Amazon, Magazine Luiza, Casas Bahia, Aliexpress, Submarino, Mercado Livre.com (sem o .br) e Zoom.

Tendências do e-commerce na América Latina

Com base nos dados apresentados, a pesquisa elencou sete tendências que devem marcar o e-commerce na América Latina para o próximo ano.

Lançado em novembro pelo Banco Central, o novo sistema brasileiro de pagamento instantâneo, Pix, promete ganhar grande adesão no país pela sua praticidade - o que vem ao encontro da inclusão financeira sendo promovida no país.

Já no México, o sistema de pagamentos instantâneos lançado em 2019 - chamado CoDi, Cobro Digital - não atingiu as expectativas, prejudicado pelas medidas de isolamento social. Para o próximo ano, a expectativa é que novos modelos de negócios associados a e-commerces e o uso de mídias sociais possam ajudar a acelerar a adoção do novo meio.

Apesar de muito usado pelos brasileiros, o débito representa apenas cerca de 6% dos pagamentos de compras online no país. A integração entre bancos, fintechs e varejistas que aceitam o modelo de pagamento deve aumentar este dado para o próximo ano. Além disso, o dinheiro em espécie não morreu: 30% das vendas online no país ainda utilizam métodos de pagamento que incluem essa modalidade.

"Bancos tradicionais com linhas de crédito estranguladas pela Covid-19, PMEs sem acesso a empréstimos e serviços customizados e um ambiente de pagamento digital impulsionado por novas regulamentações: esses são alguns dos motivos que explicam as oportunidades de ascensão do ecossistema de fintechs colombiano", aponta a pesquisa. Novos negócios no país podem aproveitar o momento de adesão da população às fintechs, consumindo cada vez mais bens e serviços digitais.

A aquisição e a operação dos meios de pagamento no Chile sofreu uma mudança regulatória benéfica que facilitou o processo antes burocrático. A novidade promete aumentar a concorrência e beneficiar milhões de consumidores com a inclusão financeira. Vale ficar atento neste mercado.

Uma estratégia de entregas eficiente em um país continental como o Brasil é fundamental para o sucesso de um negócio. No contexto da pandemia, o desenvolvimento de soluções logísticas foi acelerado no país. Fique de olho nelas.

Apesar de seu grande potencial de crescimento como região, a América Latina é plural, composta por mercados diferentes entre si. Por isso, a estratégia de vendas centrada no usuário, focando em sua individualidade, é fundamental para o sucesso de um negócio - uma experiência massiva para todos provavelmente será ineficiente.

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