Os resultados no setor de franquias no Brasil mostram uma realidade contrastante com o cenário de recessão econômica e de queda nos investimentos verificados no país desde o ano passado. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor obteve um faturamento de mais de R$ 150 milhões em 2016. Em comparação com 2015, o aumento no faturamento foi de 8,3%. O segmento de saúde, beleza e bem-estar foi o que apresentou a maior variação de faturamento, com crescimento de 15,5% em relação a 2015.
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Números da ABF demonstram que, ao analisar apenas o crescimento de franquias de serviços médicos e odontológicos dentro do segmento – uma vez que beleza e bem-estar estão associados no mesmo grupo –, a ampliação no número de unidades franqueadas no Brasil foi de 3,1%. Somente no Paraná, esse aumento chegou a 10,3%, com uma expansão de 3.093 para 3.412 unidades franqueadas exclusivamente em serviços de saúde no estado. Entre os exemplos mais comuns estão clínicas odontológicas, planos de saúde, farmácias, óticas e lojas de aparelhos auditivos, entre outros.
Dados como esses chamaram a atenção do empresário Rui Olm, de Joinville (SC). Atuando no ramo automobilístico há 20 anos e também na área de educação, no ano passado ele decidiu diversificar seus negócios. Depois de avaliar várias possibilidades, acabou optando por investir no setor de saúde, segmento que ele percebe estar em “franco crescimento no país”. Mas o formato franquia, até então, não era considerado por ele.
Hoje ele tem duas franquias da operadora de saúde Agemed – uma já em funcionamento em São Bento do Sul (SC) e outra que entra em operação nos próximos dias, em Santa Maria (RS) –, além de outras unidades que estão em fase final de negociação, dez no Rio Grande do Sul e oito no Paraná, e que devem entrar em operação nos próximos meses. Fatores como a identificação com a empresa e o suporte oferecido foram fundamentais na hora de fechar o negócio. “Eu tive um suporte muito bom”, diz.
Consultoria e gestão
Para profissionais da área da saúde interessados em mudar o foco da carreira e se tornarem empresários, o investimento em franquia pode ser uma alternativa interessante e que deve ser levado em consideração, já que há o respaldo de uma equipe para dar suporte ao franqueado. Segundo Osmar Dalquano Junior, coordenador do Setor de Varejo e Franquias do Sebrae-PR, o segmento pode acabar atraindo pessoas da área pelo conhecimento técnico, que é uma vantagem competitiva. “O fundamental é identificar se a pessoa tem o perfil empreendedor para assumir riscos”, diz. Dalquano destaca que a grande vantagem de uma franquia é o fato de o empreendimento crescer em rede e o profissional não estar sozinho no negócio.
A diretora regional da ABF Sul, Fabiana Estrela, reforça essa questão. Ela afirma que há uma procura crescente de profissionais em início de carreira, ainda com poucos recursos financeiros, que buscam o modelo de franquia para poder oferecer serviços de qualidade à população que quer atendimento na rede privada a preços mais acessíveis. “O franqueado tem que ter um perfil de gestor. Ter o conhecimento técnico pode ser um diferencial, mas não é uma prerrogativa”, salienta.