Independente do setor de atuação e do porte de uma organização, a falta de preparo dos herdeiros e a centralização das decisões por parte do fundador estão entre os principais desafios enfrentados no momento da transição de uma empresa familiar. Isso também acontece em grandes empresas, com equipes que têm integrantes de diferentes idades.
Para evitar o conflito de gerações em um processo de sucessão empresarial, seja entre herdeiros ou com envolvimento de outros colaboradores, investir no marketing pessoal é essencial para aumentar as chances de promoção.
Neste sentido, dois especialistas ouvidos na Websérie Crea-PR mostraram a importância de valorizar algumas atividades, como ter conhecimento técnico, apostar no diálogo, transmitir segurança e confiança ao compartilhar ideias e apresentar projetos, além de humildade para aceitar mudanças e críticas. Assista ao vídeo e veja as dicas abaixo:
Segurança, confiança e humildade
“O mercado é uma disputa. Aquele que se destaca mais, conquista posições”, defende o engenheiro civil Rafael Rennan Braga Batista, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e de Meio Ambiente de Piraquara.
O jovem, que com menos de 30 anos ocupa um alto cargo de gestão e muita experiência, destaca que entre os requisitos do marketing pessoal estão a humildade e a necessidade do profissional se posicionar com segurança na hora de propor novos projetos.
“Não adianta ter preparo técnico e não saber vender bem uma ideia. É preciso transmitir confiança”, orienta. Segundo ele, a humildade também é necessária para saber entender as críticas no processo sucessório.
Diálogo
Para a engenheira civil Célia Neto Pereira da Rosa, coordenadora-adjunta da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), um processo de sucessão exige muito diálogo.
Segundo ela, enquanto os profissionais sênior possuem muitas restrições ou dificuldade em aprender, o jovem já nasceu informatizado e costuma ter pouca paciência, ser imediatista. “Se não houver diálogo, as empresas acabam fechando mesmo. Não é questão cultural, é um problema. O pai manda o filho estudar mas não se prepara para receber as novidades”, analisa.
Sucessão
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apontam que mais de 90% das empresas constituídas no país são familiares. No entanto, apesar da força econômica que representam, levantamentos apontam que de cada 100 empresas familiares abertas e ativas, apenas 30 sobrevivem à primeira sucessão e cinco chegam à terceira geração.
Preparo técnico
Ainda segundo Célia, em um processo sucessório é importante que o jovem traga inovação para o setor em que atua e que o profissional sênior esteja preparado para receber essas ideias e diversificar sua atuação.
Na área da engenharia civil, por exemplo, ela comenta que a inovação e a tecnologia se fazem presentes nos tipos de materiais utilizados e na ferramenta utilizada para elaboração de um projeto.
“O profissional mais experiente não pode ter medo do novo, ele precisa estar preparado para receber as novidades e se adaptar. É preciso sair da zona de conforto. Antes o cálculo estrutural era feito na mão, hoje tem um programa, mas ainda tem engenheiro que prefere conferir no papel”, disse.
Para saber mais sobre o tema, assista ao debate sobre “Sucessão e o Conflito de Gerações” que foi tema da última websérie do projeto “Uma NOVA Engenharia para um NOVO Brasil”.
Para conferir a programação completa do projeto, clique aqui. A próxima websérie será realizada no dia 6 de setembro, as 10h15, com o tema “A engenharia no setor público - As responsabilidades da gestão pública e das empresas por um Brasil livre da corrupção”.