Débora está no 8.º período da faculdade e no começo sentiu muita dificuldade com metodologia de ensino| Foto: Arquivo Pessoal

Com o objetivo de estimular um novo ritmo de ensino aos estudantes, as metodologias ativas vêm conquistando espaço entre os cursos de graduação. Assim como já ocorre em outros níveis de ensino onde são adotadas, têm como proposta colocar o aluno como protagonista de seu processo de aprendizado. Ou seja, invertem-se os papeis entre o professor e o acadêmico. E estão se tornando cada vez mais populares nas instituições de ensino superior devido às evidências de que as metodologias ativas melhoram o desempenho dos alunos ao longo da vida profissional. 

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O método busca impulsionar a autonomia do estudante, que irá buscar suas próprias ferramentas de aprendizagem. Já ao professor cabe a função de passar as coordenadas e orientar o estudante, dando suporte quando necessário. Débora Soffiatti Stroparo, 24 anos, está no 8.º período do curso de Medicina nas Faculdades Pequeno Príncipe, em Curitiba, que adota a metodologia ativa de ensino PBL (do inglês Problem-Based Learning), que significa "aprendizado baseado em problemas”, método que se baseia em contextos clínicos e prática diária. 

Para Débora, o começo da faculdade foi um desafio justamente pela mudança no modelo de ensino, que era uma novidade para ela. “A adaptação foi muito difícil no começo. Nunca sabia o que era mais importante saber dentro de cada contexto. Assim, havia aulas em que faltavam conteúdos e outras que sobravam. Muitas vezes pensei em desistir e voltar para o cursinho, assim como outras pessoas da minha sala o fizeram. Saber dividir o tempo de estudo e assumir tamanha responsabilidade também foi desafiador. Com o tempo fui me adaptando, descobrindo a melhor forma de estudar e, atualmente, considero que o método seja melhor para mim do que o tradicional, pois as aulas são sempre dinâmicas, o que me estimula a participar e saber sobre determinado assunto”, destaca. 

De acordo com a médica cirurgiã vascular Adriana Buechner de Freitas Brandão, vice-coordenadora do curso de Medicina da FPP, a grande vantagem desse modelo é a aprendizagem prática, já a partir do primeiro ano da faculdade, e o fato do currículo não ser dividido por disciplinas, mas por eixos de aprendizagem. “O raciocínio clínico se desenvolve de forma mais rápida”, explica.  

Débora percebe esta e outras vantagens após quatro anos de Medicina, como responsabilidade, habilidade de trabalhar em equipe e a capacidade de comunicação e a integração do conhecimento. Mas relata algumas desvantagens, como a dificuldade de adaptação ao método, tempo de cada estudante para compreensão dos conteúdos e diferentes abordagens de acordo com cada professor. “No meu ponto de vista, o estudante pode se adaptar muito bem ou ter muita dificuldade”, analisa a futura médica.