Para Samuel Henrique, o interesse pelo mundo digital começou ainda na adolescência| Foto: Marielle Blaskievicz

Nos últimos cinco vestibulares da Universidade Federal do Paraná, o curso de Medicina se consolidou como o mais concorrido entre os candidatos. O segundo e o terceiro lugares desse ranking se alternavam entre outros cursos com grande tradição entre os vestibulandos, como Direito e Engenharia Civil. Enquanto essas profissões se perpetuam na preferência dos estudantes que saem do Ensino Médio, dentro das empresas surgem demandas por novos perfis profissionais – muitas delas impulsionadas pelas novidades tecnológicas.

Acesse o Guia de Graduação e conheça as opções de faculdades e cursos em Curitiba. 

Profissões ligadas a áreas como biotecnologia, análise de dados, logística, tecnologia da informação, marketing, agronegócios e saúde são algumas das tendências apontadas pelos analistas de recursos humanos para os próximos anos. A diretora do Manpower Group, Wilma Dal Col, trabalha na área de recursos humanos há cerca de 30 anos e explica que a Manpower realiza pesquisas globais com frequência para entender o que está acontecendo no mundo do trabalho. 

Wilma ressalta que as inovações tecnológicas têm mudado muito o perfil do ambiente corporativo e percebe-se, principalmente, que a tecnologia traz aprimoramento e velocidade aos processos de trabalho. “Não há como saber quais profissões vão existir no futuro, mas é possível ter uma noção das habilidades que serão exigidas dos profissionais”, explica. 

De acordo com a diretora, muito mais do que o conhecimento técnico, os profissionais do futuro precisarão ter flexibilidade cognitiva, que é a facilidade de se adaptar às mudanças e transformações constantes e trabalhar de forma colaborativa. “Estamos passando por um processo de transformação para que o ser humano possa se reinventar e compor (com a máquina), com o que ele tem de melhor, no mundo do trabalho”, comenta, explicando que os assuntos técnicos, hoje em dia, já podem ser resolvidos por programas de inteligência artificial, por exemplo.  

Samuel Henrique, 31 anos, hoje é empresário e diretor em sua própria agência de marketing digital, a Inundaweb, em Curitiba. Mas o empreendedorismo na área digital começou bem antes de a profissão surgir e virar moda. “Comecei vendendo CDs e baixando música para os amigos aos 15 anos de idade”, relembra. O lucro dessa época ele usou para pagar a faculdade de Tecnologia em Web Design, que lhe rendeu várias oportunidades na área, atuando como UX Design, desenvolvimento front-end, analista de SEO e planejamento e desenvolvimento de projetos e estratégias digitais. “É uma área em plena expansão e com crescimento muito rápido e dinâmico”, afirma.  

Para quem quer investir nessa carreira, Samuel aconselha buscar informações sobre a rotina e as demandas da área, além de ser fundamental ter uma visão empreendedora e estratégica. “E é necessário ter ao menos um pouco de conhecimento em economia para saber lidar com os diferentes cenários que se apresentam no Brasil, em diversos segmentos. Apenas desta maneira é possível traçar estratégias de alto desempenho”, avalia.  

10 profissões em alta 

  1. Bussiness partner em RH – desenvolve estratégias de recursos humanos para agregar valor ao negócio ou mesmo intervir na cultura e nos valores da organização. 
  2. Analista de transformação digital – atua em empresas que trabalham com processos de inovação ou de transformação digital (e-commerce, TI, marketing). 
  3. Designer de UX – é quem desenvolve um chatbot, tem o trabalho de entender a experiência do usuário com a interface. 
  4. Escritores – tudo o que vai para o ambiente digital é descrito por alguém, seja para produzir notícia, contar histórias, desenvolver narrativas para auxiliar usuários, tutoriais, entre inúmeros outros exemplos. 
  5. Cientista de dados – faz a leitura e interpretação de grande volume dados e define estratégias para usar essas informações para os objetivos internos da empresa. 
  6. Gerontologia e geriatria – especialidade da área da saúde que se dedica a estudar o envelhecimento. Podem ser médicos, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, dentistas. 
  7. Analista de mídias digitais – responsável pela gestão das redes sociais de empresas e instituições nas redes sociais. 
  8. Biotecnólogo – responsável pelo desenvolvimento e aplicação de tecnologias em áreas como saúde, agropecuária, química, entre outras. 
  9. Desenvolvedor de aplicativos – cria e desenvolve aplicativos para smartphones. 
  10. Gerente de facilities – responsável por gerenciar a funcionalidade de um negócio, com foco na administração, estruturação e processos da empresa.