A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) tem hoje um automóvel para cada dois moradores e uma frota de 2,4 milhões de veículos. Nos últimos dez anos houve um crescimento de 88% no número de veículos da região, gerando um problema para as cidades: menor fluidez no tráfego e mais congestionamentos.
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Com tanta gente dirigindo o próprio veículo, o transporte coletivo tem andado em via oposta: ano a ano, o número de passageiros de ônibus tem caído. Em 2013, foram 560 mil passageiros por dia a menos que em 2012. Reverter esse quadro é o desafio de quem gerencia o transporte coletivo.
É preciso atingir um equilíbrio entre o poder público, as empresas de ônibus e os usuários. Esse equilíbrio surge de uma tarifação que cubra custos de operação do sistema e esteja dentro da possibilidade de pagamento dos usuários.
Entre as diretrizes para tornar o “andar de ônibus” mais atrativo está oferecer um serviço barato, eficiente, pontual e confortável, destaca o presidente da Associação Metrocard, entidade que gerencia a bilhetagem do transporte em 18 cidades da RMC, Lessandro Zem. “Isso se consegue com um equilíbrio entre o poder público, as empresas de ônibus e os usuários. Esse equilíbrio surge de uma tarifação que cubra os custos de operação do sistema e esteja dentro da possibilidade de pagamento dos usuários, com a necessidade ou não de subsídios”, defende.
Estamos discutindo a rede de transporte, a racionalização de itinerários, na identificação de corredores viários onde possam ser criadas faixas exclusivas de transporte.
O presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Omar Akel, conta que estão sendo adotadas medidas de melhoria da Rede Metropolitana Integrada para aumentar o número de passageiros. “Trabalhamos em parceria com a Metrocard na instalação da bilhetagem eletrônica, no controle da frota por GPS, na modernização tecnológica do sistema. Também discutimos a racionalização de itinerários, a identificação de corredores viários onde possam ser criadas faixas exclusivas de transporte”. Além disso, um plano de mobilidade para a Região Metropolitana está sendo elaborado para a criação de grandes eixos de transporte metropolitano. “Percebemos demandas por rotas que não necessariamente passam por Curitiba e que permitem agilizar o deslocamento das pessoas”, diz Akel.
O personal trainer Fabiano Vilela, 37 anos trocou o carro pelo ônibus há três meses e diz acreditar que fez um bom negócio: com o carro na garagem, leva menos tempo para chegar a seus destinos. “Nas linhas que têm corredores exclusivos, vou mais rápido do que dirigindo. E é mais econômico também”, fala.