Depois de mais de uma década morando no mesmo apartamento localizado no distrito da Consolação, em São Paulo, a moradora decidiu que era a hora de fazer uma reforma completa. Construído há mais de 20 anos, o apê de 48 m² já não atendia bem aos desejos e necessidades da proprietária, uma professora universitária de 60 anos: a planta tinha muitas divisões em uma metragem reduzida, os móveis não se encaixavam bem ao layout e eram pouco funcionais. Além disso, faltava um espaço que pudesse ser dedicado ao home office.

A transformação ficou a cargo das arquitetas Carolina Danylczuk e Lisa Zimmerlin, da Unic Arquitetura, que trocaram tudo o que lembrava o apartamento original, de parte do forro até o piso. Junto à cliente, elas optaram por um conceito minimalista, criando unidade em todo o projeto com o uso da combinação de branco com cimento queimado. Detalhes do revestimento e objetos em madeira garantem o aconchego, e as cores vibrantes das obras de arte conferem personalidade aos ambientes.

Para integrar melhor o espaço, o primeiro passo foi derrubar a mureta que separava a cozinha e a sala de jantar, que foi substituída por uma ilha central com mesa de jantar acoplada. O antigo fogão saiu de cena, dando lugar a um cooktop na ilha. “Com isso, a gente conseguiu liberar mais espaço para os armários e a bancada”, aponta Zimmerlin. Toda a marcenaria da casa foi feita sob medida, permitindo o melhor aproveitamento possível dos espaços.

O hall de entrada foi integrado à cozinha por meio de um painel ripado que vai da parede ao teto, proporcionando uma sensação de continuidade. O elemento, que quebra a rigidez da cozinha, faz referência à arquitetura japonesa, descendência da moradora. O quadro de tons quentes da Urban Arts Curitiba acrescenta um ponto de cor ao espaço.

Para contornar a pouca metragem, as arquitetas transformaram a varanda em um pequeno escritório. A reforma que foi feita antes da pandemia veio a calhar neste momento em que a professora passou a dar aulas online. “É um espaço bem iluminado para ela trabalhar. E também fica meio escondido, separado do restante da casa”, diz Zimmerlin. A divisão com a sala foi feita com uma floreira suspensa, que traz o verde da natureza para dentro da residência.

O quarto principal ganhou leveza com a retirada de armários que estavam instalados acima da cabeceira. O espaço de armazenamento foi deslocado para o armário com portas espelhadas até o teto, que leva a sensação de amplitude ao espaço. Já no quarto de hóspedes, a solução para ampliar o espaço foi uma porta de correr, que permitiu inserir a cama de um lado e um armário de outro.

Para possibilitar um ambiente ainda mais tranquilo e aconchegante, as arquitetas fizeram o isolamento acústico do apartamento, já que as ruas que cercam o prédio são de grande movimento. Para isso, as profissionais utilizaram forro com isolamento de lã de vidro, além de esquadrias em PVC com vidro duplo nas janelas dos quartos.