Fotografias, telas e pôsteres podem manter vivas lembranças, remeter à história da família ou simplesmente complementar a decoração de casa. Mas na hora de pendurá-los na parede é comum surgirem dúvidas que vão da disposição dos quadros a se é correto ou não mesclar diferentes estilos de molduras na composição.

Assim como em outros aspectos que envolvem a decoração, não há uma resposta única. O que vale aqui é o bom senso e o estilo, o gosto pessoal do morador. Algumas dicas, porém, podem ajudar a tornar a composição mais harmônica, sem que para isso seja monótona.

"Sempre é possível criar composições com objetos diferentes entre si. Se a pessoa vai trabalhar com [molduras] diferenciadas, é recomendado que o restante do ambiente seja um pouco mais neutro, para não contrastar tanto. Paredes com cores mais claras, sem papel de parede ou outros elementos [decorativos, móveis que] não puxem muito para o clássico ou para o moderno, porque eles podem 'brigar' com o [estilo] do quadro", sugere a arquiteta Ana Johns.

Outra dica é saber combinar a moldura à imagem que ela irá abrigar. Molduras mais "limpas", com traços mais retos, cores neutras ou no formato caixa, por exemplo, são indicadas para imagens modernas ou abstratas. Já para imagens figurativas, de natureza morta ou para fotos antigas de família cabem molduras mais clássicas, mais trabalhadas, que geralmente são coloridas em dourado ou prata, como lembra Lucimar Racoski, diretora da Moldari.

"A moldura é um complemento à imagem. E ela sempre deve estar um uma cor que esteja presente na imagem, para que elas conversem. Se você colocar uma moldura verde em uma imagem que não tem nada em verde, elas ir]ao 'brigar'. Em outras palavras, a moldura deve vestir a imagem, nunca competir com ela", acrescenta.

Para pendurar as molduras, a dica de ouro é colocar em evidência, ou seja, centralizar, o quadro mais importante ou mais "diferente" e dispor ao redor dele os demais.

De forma geral, o recomendado é que a moldura que estará em evidência tenha seu centro a 1,70 m de altura em relação ao chão. Esta medida, no entanto, pode variar de acordo com a altura do pé-direito e a amplitude do espaço. Logo, vale novamente o bom senso na composição.

Este eixo horizontal central, então, é tido como base para orientar a disposição dos demais quadros, que irão circundar o primeiro. Para garantir um resultado satisfatório, antes de furar a parede pode-se dispor os quadros no chão e reorganizá-los até que se encontre a composição que mais agrade quem irá utilizar o espaço. "Isso ajuda a entender qual será a proporção [desta composição] em relação à parede e entre os quadros", resume Ana.

Outra sugestão da arquiteta é reproduzir na parede o tamanho dos quadros e a composição que se deseja dispor com fita crepe. Isso contribui para uma visão espacial da composição em relação a todo o ambiente e garante que os furos sejam feitos nos lugares certos.