As narrativas heroicas estão presentes no Ocidente há muito tempo. Mostrando a capacidade humana de enfrentar obstáculos, elas sempre exerceram um papel motivador, inspirando as pessoas a encararem os desafios do próprio cotidiano em busca de seus objetivos particulares.
Infelizmente, a sensibilidade moderna passou a considerá-las carentes de complexidade artística e intelectual, perspectiva que diz mais sobre os dias atuais do que sobre o objeto criticado.
Portanto, para combater essa percepção completamente equivocada, foi preparada uma lista com 7 filmes que, além de conterem protagonistas inspiradores, apresentam méritos cinematográficos. São obras que merecem ser vistas não só pelo seu conteúdo motivacional, como também pelas escolhas estéticas e narrativas dos seus respectivos diretores (pela facilidade de acesso, foram considerado apenas títulos disponíveis no catálogo da Netflix).
O Sol é para Todos (To Kill A Mockingbird, 1962, EUA)
Diretor: Robert Mulligan
Sinopse: Bondoso e compreensivo, o advogado Atticus Finch (Gregory Peck) aceita defender Tom Robinson (Brock Peters), um homem negro injustamente acusado de matar e estuprar uma garota chamada Mayella Ewell (Collin Wilcox). Armado apenas de seus conhecimentos jurídicos e de sua consciência, Finch precisa lutar contra o preconceito e a intolerância de toda uma cidade para provar a inocência do seu cliente.
Por que vale a pena assistir: Baseado no romance clássico de Harper Lee, O Sol é para Todos é uma história pungente sobre o poder da consciência individual dentro de uma sociedade. O personagem interpretado por Peck não se corrompe mesmo quando os seus planos parecem impossíveis de serem concretizados. A crença de que vale a pena lutar pelo que é certo o move constantemente na direção do seu plano. Há percalços e derrotas no meio do caminho, mas a mensagem não poderia ser mais clara: a verdade sempre vem à tona, independentemente das tentativas maléficas de escondê-la.
Zulu (Idem, 1964, Reino Unido)
Diretor: Cyd Endfield
Sinopse: Durante a Guerra Anglo-Zulu, um grupo de cem soldados britânicos se vê obrigado a enfrentar um exército com mais de quatro mil guerreiros Zulus.
Por que vale a pena assistir: Antes de 300 se tornar um sucesso comercial, Zulu narrou a impressionante história dos soldados britânicos que lutaram contra um exército muito mais forte numericamente. Sem os estilismos visuais de Zack Snyder (o diretor de 300), o filme de Cyd Endfield é o retrato objetivo de um evento histórico em que a imensa coragem de poucos homens foi capaz de conter o avanço de uma força organizada aparentemente mais poderosa. A bravura dos soldados britânicos entrou para a história e se tornou um exemplo de valentia.
A Lista de Schindler (Schindler’s List, 1993, EUA)
Diretor: Steven Spielberg
Sinopse: Na Segunda Guerra Mundial, o industrial alemão Oskar Schindler (Liam Neeson) usa o seu poder e influência dentro do Partido Nazista para salvar o maior número possível de judeus.
Por que vale a pena assistir: Há muitas discussões éticas sobre a representação do nazismo em A Lista de Schindler. Porém, independentemente disso, o filme de Spielberg é uma obra de arte impactante. Trata-se de um épico com mais de três horas de duração no qual um homem recebe o chamado da história e se transforma numa figura heroica, de tal maneira que sacrifica tudo o que construiu para salvar a vida daqueles que morriam diariamente nos campos de concentração.
Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind, 2001, EUA)
Diretor: Ron Howard
Sinopse: O genial matemático John Nash (Russell Crowe) descobre ser o portador de esquizofrênia paranoide, doença que torna a sua vida um pesadelo.
Por que vale a pena assistir: Muitas pessoas são acometidas por doenças severas que mudam completamente as suas vidas. Muitas também se desesperam em razão disso. Nesse sentido, histórias de personagens reais que superaram situações dessa natureza são importantíssimas. Um filme que exerce esse papel de maneira competente é Uma Mente Brilhante. A forma como John Nash enfrentou a sua enfermidade é inspiradora e serve para mostrar a capacidade transformadora da força humana.
O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball, 2011, EUA)
Diretor: Bennett Miller
Sinopse: Billy Beane (Brad Pitt) é um sujeito fracassado que tem a grande chance de sua vida ao conhecer Peter Brand (Jonah Hill), um jovem responsável pela criação de um sistema revolucionário no meio do beisebol.
Por que vale a pena assistir: Em O Homem que Mudou o Jogo, a mensagem de superação não é tão grandiosa quanto nos outros filmes mencionados, mas ainda assim narra a trajetória de alguém que, apesar de sofrer constantes derrotas, persistiu até que os seus esforços fossem recompensados. É a história do homem ordinário, porém forte o suficiente para continuar lutando num cenário onde tudo aponta para a desistência. Além disso, reforça a ideia de que é necessário se cercar das pessoas certas para que determinados sonhos se realizem.
O Grande Herói (Lone Survivor, 2013, EUA)
Diretor: Peter Berg
Sinopse: Quatro soldados americanos são enviados numa missão especial para matar um líder do talibã, mas as coisas não saem como o planejado.
Por que vale a pena assistir: Repleto de cenas de ação empolgantes, O Grande Herói é um conto de amizade e sobrevivência. Mostrando a camaradagem entre soldados numa situação extrema, o filme do diretor Peter Berg também aposta na bondade e nos instintos mais primitivos do homem para compor um thriller nervoso, urgente e calcado no heroísmo de pessoas dispostas a lutar pelo bem comum do próximo.
12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave, 2013, EUA)
Diretor: Steve McQueen
Sinopse: Em 1841, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) é capturado e obrigado a trabalhar como escravo numa plantação no sul dos Estados Unidos.
Por que vale a pena assistir: Filmes sobre a escravidão costumam recorrer a momentos de choque para impactar o público. 12 Anos de Escravidão não foge desse itinerário, entretanto, o naturalismo com que o dia-a-dia do protagonista é filmado acaba por criar um contraste perturbador entre os instantes mais calmos e as cenas de violência. Sofrendo os abusos físicos e injúrias verbais por 12 anos, Solomon manteve a sua honra e a fé de que seria novamente um homem livre. Isso o muniu de uma força que foi imprescindível em sua sobrevivência.
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