Vista aérea da Burj Dubai, nos Emirados Árabes.| Foto: AFP
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Regras

Medidas mínimas recomendadas pelo Código de Edificações de Curitiba para residências:

Sala de estar - 8 m2Sala de jantar - 6 m2Copa - 4 m2Cozinha - 4 m2Quarto principal - 9m2Demais quartos - 6 m2Banheiro - 1,50 m2

Padrão

2,40 m é a altura mínima de pé-direito permitida pela Prefeitura de Curitiba. Os profissionais da construção recomendam 2,60 m.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) não possui regras que determinem um mínimo aceitável quando o assunto é a área dos cômodos de uma casa. Já o Código de Edificações de Curitiba, regido pelo decreto 212/2007, em seu anexo III, dá algumas recomendações quanto às medidas mínimas que cada espaço deve ter.

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No entanto, são apenas recomendações, que o engenheiro ou arquiteto não é obrigado a seguir, desde que assine um termo de responsabilidade.

Segundo o superintendente da Secretaria Municipal de Urbanismo, Júlio Mazza de Souza, a metragem quadrada mínima de cômodos é ainda baseada nas construções do decreto anterior (713/1969), feitas com tijolo e concreto. "Não cobramos as medidas como regras para não cercear os avanços tecnológicos. Com novos materiais, talvez seja possível diminuir ainda mais os espaços sem prejuízo ao conforto dos moradores", diz ele. De acordo com Souza, é responsabilidade dos profissionais a construção de habitações confortáveis, mas, infelizmente, nem sempre isso acontece.

Apartamentos onde o terceiro quarto acaba virando closet ou a cozinha não tem espaço nem mesmo para os eletrodomésticos básicos são facilmente encontrados na capital paranaense. A jornalista ambiental Tânia Mara Kamienski é uma das vítimas do mal planejamento de espaço. Seu apartamento de um quarto no bairro Rebouças tem 33 metros quadrados. A cozinha, que também é área de serviço, só ganhou espaço para a máquina de lavar roupas quando Tânia resolveu fazer móveis sob medida. "Diminuí o tamanho da pia e consegui encaixar a máquina", conta ela. A televisão de 20 polegadas não pôde ficar na sala, pois o espaço entre o sofá de dois lugares e a estante de duas portas é muito pequeno. O equipamento acabou ficando no quarto. "Faltou planejamento, mais um pouco de espaço já dava para pendurar as roupas no varal sem problemas", diz Tânia, que é obrigada ainda a estender suas roupas na área coletiva do condomínio.

Os motivos

A redução da área privativa nos condomínios de Curitiba é um fenômeno que aconteceu ao longo dos anos e se deve a vários fatores. Um dos principais, de acordo com o gestor de engenharia imobiliária do Grupo Thá, Nilton Antonietto, é a mudança no planejamento familiar dos brasileiros. Dados preliminares da Contagem da População 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que os casais brasileiros, têm, em média, menos de dois filhos.

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Outra razão significativa para a redução das habitações foi a tecnologia. "Os eletrodomésticos diminuíram de tamanho e agregaram funções. A área de serviço ficou restrita às necessidades do dia-a-dia", diz o diretor geral da construtora Héstia, Gustavo Selig.

Preferências

Segundo o diretor da área de lançamentos da imobiliária Apolar, Hélio Nery, quem procura imóveis com menos de 100 metros quadrados se preocupa com o conforto da família e não com a área social, quer uma sala em que caibam móveis para ao menos dois ambientes (jantar e estar) e bons quartos para os filhos. "Nesse aspecto, o quarto principal não pode ser menor que 9,5 metros quadrados e os outros não podem ter menos de 8 metros quadrados", diz Nery. De acordo com ele, atualmente, as metragens pequenas tendem a ser compensadas pela oferta de um maior número de opções de lazer e serviços na área coletiva dos condomínios.