Mesmo passando por um momento de retração, a perspectiva das empresas da construção civil é de contratar 1.174 novos funcionários durante o ano de 2016. O dado é da pesquisa “Perspectivas para 2016”, realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR) com 300 empresas do setor. O número representa 11% do total dos trabalhadores das empresas que participaram da pesquisa.
“Nós trabalhamos com projetos com média e longa duração e isso faz com que a gente não fique pensando no que está acontecendo agora. Vivemos momentos assim [de retração] várias vezes”, resume o presidente do Sinduscon-Pr, José Eugênio Gizzi.
Conforme a pesquisa, divulgada em evento sobre o Balanço do Setor na manhã desta terça-feira (1.º), as empresas com melhor perspectiva de contratação para o ano que vem são as de pequeno porte: 29% delas acreditam que aumentarão o número de funcionários, contra 28% das grandes e 26% das médias.
As empresas mais pessimistas são as grandes, das quais 28% acreditam que vão diminuir o número de funcionários. A tendência, porém, é de manutenção do quadro para 53% das pequenas empresas, 56% das médias e 44% das grandes.
No que diz respeito ao ramo de atividade, a manutenção no número de funcionários é esperado por ao menos 50% de todas as categorias pesquisadas. Já as empresas voltadas para obras públicas são as que mais acreditam no crescimento de quadro de funcionários (31%) e, ao mesmo tempo, na redução deste quadro (19%).
2015
Se até o ano passado o Paraná conseguiu gerar empregos no setor da construção civil, em 2015 o estado fechará o ano com 162 mil empregados no setor, 2% a menos do que em 2014, segundo dados do Caged. Conforme o presidente do Sinduscon-PR, a redução é um reflexo do PIB da construção civil, que segundo projeções da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) fechará 2015 em queda de 9%.
Contudo, o cenário dos empregos no estado é melhor do que o nacional e o de Curitiba e Região Metropolitana, que terão queda de 8% e 6%, respectivamente. “A diferença entre Curitiba e o restante do Paraná é explicada pelo nosso interior, que sofre influência positiva do agronegócio”, explica Gizzi.
Apesar de o preço das commodities também ter sofrido queda durante o ano, a valorização do dólar beneficiou principalmente os produtores agrícolas, o que manteve o mercado da construção civil aquecido no interior.
Mesmo com diminuição no número de empregos, a renda média dos trabalhadores da construção civil continua subindo. Em setembro de 2015, o salário médio no setor foi de R$ 2.182,10, valor 2,82% superior ao registrado em 2014 e 16,8% maior do que a média geral de renda no país.
O crescimento é visto com bons olhos pelo setor, porém, também foi mais lento do que em anos anteriores, devido ao momento pelo qual passa o setor e a economia do país.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura