Além de ser uma técnica artística, o grafite é também uma atitude de vida e uma forma de se expressar, como explica o Paulo César Oliveira, artista plástico e professor na área, formado pela Faculdade de Artes do Paraná. Confira a entrevista:

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Gazeta do Povo – Pichação e grafite são a mesma coisa? Paulo César Oliveira – Historicamente, sim. Mas hoje o que é considerado pichação é o estilo tag, o primeiro de todos, nascido nos Estados Unidos entre a população pobre de porto-riquenhos, hispano-descendentes e negros. É basicamente a assinatura do artista, uma etiqueta pessoal colocada em um mundo massificado onde não se reconhece ninguém.

Quando foi inventado o estilo grafite?Na década de 50 a lata de spray foi criada, mas apenas no final da década de 60 começou a ser utilizada nos Estados Unidos para marcar a identidade nas ruas. Já na Europa foi usado em sentido político, mas em ambos se desenvolveu buscando maior visibilidade.

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É possível fazer grafite longe das ruas?O grafite é mais atitude do que técnica, e nasceu nas ruas. Se é feito dentro de algum lugar ou é vendido, ele perde sua origem, ou seja, sua potência. Se ele se voltar a apenas ser algo bonito, passa a ser mais uma técnica artística. O certo é dizer que o que é vendido não é a arte em si, mas o "estilo grafite", que está sendo propagado e vem sendo usado para promover o status de arrojo, coragem e transgressão.