| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Importante eixo de ligação da região norte de Curitiba que cruza os bairros Pilarzinho, São João e Santa Felicidade, a Avenida Fredolin Wolf foi revitalizada e está de cara nova, mas ainda preserva marcas de um passado de integração.

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Mais recentemente, –após o investimento público aplicado na revitalização recente dos 5,6 quilômetros da rua – a Fredolin voltou a atrair a atenção do mercado imobiliário.

De lavrador a homem público

Nascido em dezembro de 1881, na Colônia Alemanha Pequena, em Almirante Tamandaré, Fredolin Wolf empresta seu nome à via que desponta como um novo eixo imobiliário da região norte de Curitiba.

Casado com Ludovica Wotolasvoski e pai de 11 filhos, foi lavrador, pecuarista e industrial, além de ser proprietário de uma vasta área na qual um grande número de famílias humildes cultivava a terra, sem que precisasse pagar por isso.

Em setembro de 1937, foi eleito prefeito de sua terra natal, demonstrando grande capacidade para a administração pública. Seu exemplo de homem público foi seguido por um de seus filhos, João Wolf, que se elegeu prefeito por duas vezes. Falecido em maio de 1943, Fredolin Wolf dá nome à avenida de Curitiba desde dezembro de 1967.

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A conclusão das obras do Contorno Norte, há dez anos, é apontada como o ponto de partida do processo de transformação pelo qual passa a avenida. Isso porque ela possibilitou que a Fredolin Wolf deixasse de ser um eixo “quase rodoviário”, utilizado para o transporte de cargas pesadas até a Rodovia dos Minérios, e recebesse um tráfego mais leve, passando a integrar o arco de ligação perimetral da região norte. A via também é uma importante rota de ligação com o município vizinho de Almirante Tamandaré. “Com a conclusão do contorno, foi possível desviar o transporte destas cargas, que degradava a região. A partir daí a prefeitura começou a elaborar os estudos de revitalização deste eixo”, conta o engenheiro Márcio Augusto de Toledo Teixeira, coordenador de Mobilidade Urbana e Transportes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

Parque Tingui: nome de um dos endereços mais famosos da Avenida Fredolin Wolf homenageia o povo indígena que primeiro habitou a região de Curitiba. 

Uma rua, muitos usos

A história da Avenida Fredolin Wolf está diretamente ligada ao passado de Curitiba. A via era um antigo caminho que dava acesso e integrava as diferentes colônias de imigrantes europeus que se estabeleceram na capital no século 19, lembra o arquiteto Amir Samad Shafa, diretor de Legislação Urbanística da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura

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O projeto incluiu uma nova pavimentação, a adição de terceira faixa em trechos de aclive e a instalação de novas calçadas, ciclovia e iluminação pública mais eficiente para os pedestres. Finalizadas em 2012, as obras trouxeram benefícios para a região, na opinião dos moradores. “Antes era perigoso, pois o trecho era escuro e com muitos caminhões. Agora temos a ciclovia e uma sinalização de trânsito mais organizada, o que aumentou a segurança”, avaliaram os amigos Dioni Itamar e Antonio Carlos da Costa, enquanto caminhavam pela ciclovia.

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Para Teixeira, a saída dos caminhões e a revitalização da via motivaram o interesse das pessoas e da iniciativa privada na ocupação do endereço, fortemente marcado pela presença de maciços vegetais e de bosques privados – que transformam alguns trechos em verdadeiros corredores verdes –, além de casas mais antigas.

Uma das empresas que investiram na região foi a Vanguard Home, do Grupo Plaenge. A construtora já entregou na Fredolin Wolf o empreendimento Piazza Maggiore, que teve todas as suas 144 unidades comercializadas, e planeja para este segundo semestre um novo lançamento, em uma rua perpendicular à via. “A região da Fredolin é um eixo turístico, além de proporcionar a integração com a natureza que buscamos nos nossos projetos”, explica Marco Linhares, gerente comercial da Vanguard.

Os condomínios de sobrados, em especial os de alto padrão, também têm ganhado espaço na região, reforçando a caráter residencial do endereço. “Em função de suas características ambientais, o enfoque na região da Fredolin Wolf não é o de um adensamento pesado, mas sim de uma ocupação mais controlada”, lembra o engenheiro do Ippuc.

Início da Avenida Fredolin Wolf no bairro Pilarzinho.
Mobilidade: ciclovias acompanham toda extensão da avenida.
Mobilidade: ciclovias acompanham toda extensão da avenida.
População aguarda ônibus na sombra, em dia quente.
O aposentado Décio Luiz Silva costuma caminhar pela rua com frequência.
Os pinheiros fazem parte do cenário que a avenida corta, do bairro Pilarzinho à Santa Felicidade.
Avenida Fredolin Wolf no bairro Pilarzinho.
Cenário bucólico ao lado da avenida Fredolin Wolf.
Cenário bucólico ao lado da avenida Fredolin Wolf.
Trecho com muitas árvores da avenida.
Casarão de 1887 próximo ao Parque Tingui.
Avenida Fredolin Wolf, próximo ao Parqeu Tingui.
A cachorra Aquira brincando com o seu dono.
A cachorra Aquira brincando com o seu dono.
A rua passa em frente ao Parque Tingui, que costuma atrair um grande público nos finais de semana.
A rua passa em frente ao Parque Tingui, que costuma atrair um grande público nos finais de semana.
Ciclistas passeiam pela avenida, próximo ao Parque Tingui.
Trecho em declive da avenida.
Novos empreendimentos de alto padrão em obras na avenida Fredolin Wolf.
Agnaldo Dias de Almeida mora em Santa Felicidade e oferece seus serviços de jardinagem em trecho da rua Fredolin Wolf.
Casas de madeira em trecho da rua, no bairro Santa Felicidade.
Placa de reinauguração da Avenida Fredolin Wolf no final de 2012.
A avenida termina no bairro Santa Felicidade, próximo à via Veneto.