Escolher a pessoa certa para o cargo de porteiro depende do perfil do condomínio. Segundo a proprietária da Administradora Contiplique, Danielle Cristina de Oliveira, alguns clientes costumam exigir que o candidato seja mais jovem e forte, outros que ele seja mais velho e tenha experiência. "Muitas vezes depende do horário que ele vai trabalhar e do tamanho do condomínio", explica.
O instrutor do Senac Marlon Guerreiro de Oliveira afirma que o perfil desejado está cada vez mais voltado para a questão da segurança. "Muitos condomínios já solicitam profissionais que tenham conhecimentos básicos de informática, por causa dos aparelhos eletrônicos, como cercas elétricas, circuito fechado de tevês, gravações digitais das imagens internas e sensores.".
Saber lidar com falsos entregadores e prestadores de serviços também é importante, já que, segundo Oliveira, eles representam um grande problema para a segurança. "O ideal é que o síndico, junto com o porteiro, organize um cadastro com o nome de todos os profissionais que costumam entrar e sair do edifício. É uma medida eficaz", analisa.
Outras qualificações, como o manuseio correto de extintores e bombas dágua, já são exigidas de qualquer profissional. "O regimento interno do condomínio é uma cartilha de trabalho. Por isso é imprescindível que o porteiro tenha uma", aconselha. Para evitar imprevistos, Oliveira salienta que esse profissional nunca deve sair do seu ambiente de trabalho, para não deixar brechas aos assaltantes. "Cerca de 90% das situações de risco são criadas pelo morador, que entra com o carro e não fecha o portão, por exemplo."
Pensando nisso, o instrutor conta que muitos condomínios decidiram acabar com o sistema de controle remoto. "Se o porteiro fosse responsável por abrir e fechar o portão, tanto de carros como de pedestres, a incidência de assaltos seria bem menor", afirma.