Usos diversos
A arquiteta Samara Barbosa, da Smart Arquitetura, utiliza bastante o mármore em seus projetos. Algumas das tonalidades mais preferidas são o Carrara, o Calacatta e o Branco Piguês. Outros tons mais tradicionais são o Botticino e o Travertino. Para quebrar a hegemonia dessas cores, a arquiteta sugere desenhar alguns detalhes com mármore em tons mais fortes, como o Imperador Clássico um marrom chocolate com veios em bege e o Imperador Light que lembra mais o bege. "Uso placas de 80 cm x 80 cm ou 1 m x 1 m. Fica sofisticado e neutro, o que não compromete a decoração."
Carrara, Calacatta, Travertino, Branco Piguês, Crema Marfil. Os nomes e as cores são variados e tornaram-se sinônimo de sofisticação. Antes usados em detalhes ou em espaços ultrarequintados, os mármores se "nacionalizaram" graças às jazidas próprias de muitas empresa. Hoje, o Brasil exporta mármore para a Itália, grande berço dessa pedra.
Mas outras pedras naturais e industrializadas transformaram-se em tendência. Residências e espaços comerciais já utilizam limestones, granitos e ônix, além dos quartz stone, nanoglass e marmoglass, entre outros revestimentos fabricados a partir de uma base natural.
Jazida própria
Os mármores nacionais têm ganho espaço em projetos arquitetônicos. Similares aos importados, eles têm custo mais baixo e vêm das jazidas próprias de algumas empresas. Uma delas é a Michelangelo, que oferece uma nova gama de cores de mármores nacionais, como o Crema Michelangelo (tom de bege), o Nero Michelangelo (preto com veios), o Salmão Michelangelo (tom de salmão) e o Grigio Michelangelo (acinzentado). Podem ser usados em pisos e paredes. No caso do revestimento de parede, explica Simone Kovalhuk, diretora da empresa, pode ser beneficiado (recortado) e recebe acabamento. O acabamento pode ser polido ou fosco. A Michelangelo também possui uma nova linha de limestones, nas cores Blue Marine (azulado), Tabaco (bege mais escuro) e Mont Charmont (tom de bege). Tem uma textura mais rústica. Por ser mais poroso, não é aconselhado o uso em fachadas.
A Michelangelo trabalha com o granito calibrado 1 centímetro. Mais fácil de ser colocado basta apenas retirar o piso anterior e aplicá-lo com argamassa e pente dentado , o custo final chega a ser 30% mais barato que o granito comum, porque é mais leve (o frete e a colocação geralmente são cobrados por peso). Para facilitar a composição de pisos, a Michelangelo tem um simulador on-line (www.michelangelo.com.br/michelangelo/pt/simulador.php), no qual o cliente pode definir a paginação do piso, escolhendo as pedras que mais agradam.
A Stone Gallery, que também tem jazida própria no Rio Grande do Norte, lançou a linha Crema Paraná. São cinco padronagens diferentes em relação aos veios e movimentos, em tons de bege. Marinéia Souza Lopes, diretora administrativa da empresa, comenta que esse revestimento pode ser usado tanto em pisos como em paredes. Esse mármore nacional é cerca de 30% mais barato que o importado, mas apresenta a mesma aparência e resistência.
Outro lançamento da Stone Gallery, que deve agradar os consumidores preocupados com a natureza, é o Coliseu, que é resultante das "cascas" dos blocos de mármores. Com uma aparência mais rústica, diz Marinéia, pode ser aplicado nas paredes ou em bancadas e lareiras.
Tendência
O nanoglass, uma derivação do marmoglass, é outra novidade deste mercado, aponta o diretor comercial da Alicante, Antonio Pedro Raimundo. O material, por ser mais brilhante, repele a sujeira. Segundo Raimundo, pode ser usado em pisos e paredes, além de ambientes internos e externos, como fachadas. Os tons são branco e bege.
Outra pedra que tem chamado a atenção é o limestone de Jerusalém. Raimundo diz que essas pedras geralmente são exclusivas de cada região e é oferecido em sete cores diferentes.
Além de pedras, a Alicante também aposta nos impermeabilizantes, como a linha Drytreat. Descoberto por acaso por um australiano, conta Raimundo, ele penetra na peça e cria uma camada permanente mas que permite a "respiração" da pedra que impede que substâncias líquidas, como o vinho e o suco de laranja, as danifiquem.
Um dos impermeabilizantes da linha é o Stain-Proof, que não necessita de reaplicação e que pode ser utilizado, por exemplo, em cozinhas e fachadas. Pode ser aplicado por qualquer pessoa, mas desde que siga rigorosamente as instruções de aplicação, orienta.
Raimundo alerta que, em algumas superfícies como as da cozinha, é necessária a impermeabilização. Ele diz que o mármore não é muito usado em ambientes molhados, mas que na Europa até o sofisticado Carrara é usado na mesa da cozinha, mas impermeabilizado.
Cerca de 85% do mármore com que a Alicante trabalha é importado, mas por conta da taxa cambial, a importação tem sido favorecida. Um dos importados é o Calacatta, proveniente da região de Carrara, na Itália.
Outro fator que fez com que os mármores tivessem seu preço reduzido, explica Eduar Merhy Neto, diretor da NPK, é que antes as pedras de mármore eram beneficiadas exclusivamente na Itália. Hoje, elas são beneficiadas em seus países de origem, como a Turquia, Grécia, Irã e Índia. Na NPK é possível encontrar pedras a partir de R$ 190 o metro quadrado (a fim de comparação, alguns porcelanatos chegam facilmente a este preço) até R$ 3 mil o metro quadrado, caso do exótico Ônix Nero Portoro, que vem de uma ilha italiana.
Merhy Neto aposta no limestone espanhol. As cores mais pedidas são o Vermont (em tom de bege com veios acinzentados) e o Baccarat (em um tom de areia acinzentado). Ele indica seu uso em balcões, piso e banheiro, se a impermeabilização for forte, porque o material é mais poroso.
A NPK possui o quartz stone (uma das marcas mais conhecidas é o Silestone). Tem um custo maior, mas apresenta maior resistência e gama de cores. Segundo Merhy Neto, é recomendado para ambientes internos.