O eixo formado pelas ruas Riachuelo e Barão do Rio Branco e pelas praças Generoso Marques e Eufrásio Correia é um dos mais coloridos da cidade. Lugar de lojas de usados, lanchonetes chinesas e bazares em que a linguagem corrente vem do Oriente Médio. Tão interessante quanto conhecer esta faceta da cidade é perceber que, sob os cabides de roupas, permanece uma antiga sofisticação. O que conta, por exemplo, a ninfa do chafariz da praça Eufrásio Correia?
A Riachuelo é uma rua ancestral. Antes conhecida como Rua do Fogo e da Carioca, foi acesso à estrada para o litoral. Em 1871 foi pavimentada e, pouco depois, recebeu o bonde. Em 1885, com a estação ferroviária e a abertura da Barão do Rio Branco, ganhou importância. Datam de então edifícios como o Palacete Augusto de Andrade.
Na época, a Barão era uma rua rica. Seus hotéis recebiam viajantes que, ao descer do trem, festejavam lucros antecipadamente. Na praça Eufrásio Correia, a cidade fazia suas festas cívicas. Para a Barão foram a sede do Executivo (1891) e a Assembléia Legislativa (1892).
Em algum momento da história, porém, as coisas mudaram. Os hotéis fecharam e o antigo luxo deu lugar a fachadas ocas e às novas e pequenas lojas. Não se pode falar em decadência, a não ser onde restaram prédios semi-demolidos. O transporte rodoviário esvaziou os trens e, em 1973, a estação ferroviária foi transferida para novas instalações. Hoje, a porção final do eixo ensaia um renascimento. Ele começou com a construção de um shopping center na estação ferroviária (1997) e segue com os esforços de pessoas apaixonadas pela região (os Amigos da Barão). É de se torcer para que, em breve, a nobre rua recupere a antiga majestade.
Na Rua XV
Antigas lojas: O Chic de Paris, Chapelaria Venus, Casa Chineza, Casa Victrix, Ao Jasmim e A Tesoura Elegante.
Em maio de 1915 o Grand Hotel, construído na Rua XV, abrigou o aviador Alberto Santos Dumont.
As galerias que levam à Marechal Deodoro foram construídas dentro dos princípios estabelecidos pelo Plano Agache.
Na tiradentes
Em 1825, um raio despedaça o cruzeiro da Matriz.
Vacas ainda pastam na Tiradentes em 1870.
1876: um balonista lança um cachorro de pára-quedas sobre a praça (ele sobreviveu).
Por nove anos, entre 1880 e 1889, tem o nome de Praça Dom Pedro II.
Em 1943, Alfred Agache prevê a construção de um estacionamento sob a praça.
1994: ano da última grande intervenção urbana na área da praça Tiradentes.
Na Barão
Em 1913, a explosão de um carrinho de dinamite destruiu parte do prédio da estação ferroviária.
Em 1941, fãs de Orlando Silva quase deixaram o artista nú na saída de uma apresentação na rádio PR-B2.
O terreno do atual Teatro Guaíra foi um dos lugares sugeridos para a construção da estação ferroviária.
A estátua do Barão do Rio Branco, na praça Generoso Marques, foi inaugurada em 1914.
Uma das primeiras reformas no prédio da Câmara foi a construção, em 1900, de um anexo para a instalação de latrinas.