O fluxo de cães que saía da casa de 168 m² localizada na rua Bennett, em Howell, no estado norte-americano de Nova Jersey, parecia que iria durar para sempre. Havia pugs, chihuahuas e terriers.
A equipe de resgate, trajada com macacões de proteção, tinha os braços “cheios de cachorrinhos”, de acordo com a publicação local The Asbury Park Press. Quando o trabalho terminou, mais de meio dia se passara e 276 cachorros foram resgatados.
Ross Licitra, da Sociedade do Condado de Monmouth para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, afirmou ao jornal que esse foi “o pior caso de acumulação” da história do condado. Eram tantos animais que eles acabaram se “fundindo” com a casa, uma vez que cachorros foram encontrados em estantes de livros, em prateleiras improvisadas e até mesmo dentro das paredes da residência.
“As condições da casa eram deploráveis”, contou Licitra ao The Asbury Park Press. “Havia cadelas que literalmente davam à luz naquele momento [do resgate]. Enquanto conversamos, nossa equipe recolhe filhotes que têm apenas alguns minutos de vida”.
Os proprietários – identificados como Joseph e Charlene Hendricks – foram descritos como cooperativos. Eles contaram aos investigadores que, originalmente, eram apenas oito cachorros, mas três anos e muitas cruzas depois, o número decolou.
“Eles simplesmente não pararam com isso”, disse Licitra. “Acredito que [a situação] estava completamente fora de controle”.
O casal não foi responsabilizado legalmente, mas isso pode mudar dependendo do estado dos cães, que num primeiro momento foi indicado como “aceitável”.
Embora nenhum animal tenha sido encontrado morto na propriedade, Licitra disse ao site NJ.com que as possíveis acusações podem envolver falha ao providenciar atendimento veterinário e permitir que os animais vivessem em condições “desumanas”.
Nenhum deles fora vacinado, esterilizado ou castrado, além de estarem com os pelos repletos de pulgas e com as unhas muito compridas. Licitra observou que muitos animais estavam cobertos com seus próprios excrementos, o que deixava suas patas imundas. Segundo os tutores dos cachorros, os animais consumiam cerca de 45 quilos de ração por dia.
“Nós precisamos responsabilizá-los”, afirmou Licitra. “Nós temos que transmitir a mensagem de que as pessoas não podem deixar isso acontecer”.
Suzanne DeGrande, vizinha do casal, contou à emissora de televisão WNBC que não vira Charlene sair de casa nos últimos 5 anos.
“Eu batia na porta deles e dizia ‘Charlene, abra a porta. Um de seus cachorros fugiu’. Mas ela nunca abria”, contou.
A acumulação foi descoberta por acaso, quando um policial contou a uma sociedade protetora de animais que fora à casa para tentar devolver um cachorro que estava perdido. Escutou, então, tantos latidos que imaginou que lá havia, ao menos, 20 cachorros.
Investigadores foram à propriedade diversas vezes antes de, finalmente, conseguir contatar os proprietários, na semana passada. Quando perceberam a enorme quantidade de cachorros na casa, ficaram chocados.
“Quando abrimos a porta, ao menos 80 cachorros nos encaravam – todos alinhados nas prateleiras como se fossem estátuas”, contou Licitra.
A WNBC relatou que “uma prateleira em especial estava instalada muito perto do teto da sala de estar, ‘como uma gaiola de hamster para cachorros’, de acordo com Tierney Park, que trabalha com o xerife do Condado de Monmouth”.
Após os cachorros terem sido confiscados, o casal conversou com um repórter do The Asbury Park Press.
“Você poderia minimizar a história e não nos atribuir tanta atenção?”, disse Joseph Hendricks. “Nós não somos pessoas más”. Afirmando estar “exausto” e “sem condições de pensar”, Hendricks se recusou a explicar como a acumulação começou”.
“Vai além do que você pode imaginar”, finalizou.
Colaborou: Mariana Balan.
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