O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse nesta sexta-feira (5) que duvida que um acordo de paz com Israel possa ser firmado neste ano e fez um apelo para que o próximo governo dos Estados Unidos continue as negociações.
Lançadas no último mês de novembro com o objetivo de estabelecer um acordo para a formação do Estado palestino antes do fim do mandato do presidente norte-americano, George W. Bush, em janeiro, as conversas de paz têm sido frustradas pela violência e por disputas sobre a construção de assentamentos judaicos.
"O que parece é que não conseguiremos chegar a um acordo sobre as questões de Jerusalém, das fronteiras, dos refugiados, e da água, até o final do ano", disse Abbas ao presidente israelense Shimon Peres, segundo o gabinete de Peres informou em nota.
"Mas estamos determinados para continuar as aceleradas negociações diplomáticas simultaneamente com a mudança do governo nos Estados Unidos", disse Abbas segundo a nota. Abbas e Peres estiveram em uma conferência em Cernobbio, na Itália.
O negociador palestino Saeb Erekat, que está Cernobbio com Abbas, disse à Reuters que autoridades ainda têm esperança de que o acordo possa sair neste ano.
"Não excluímos a possibilidade de um acordo neste ano, mas se não conseguirmos, iremos continuar a negociar de maneira ininterrupta", disse Erekat.
Ehud Olmert deixou as conversas de paz no ostracismo depois de anunciar que renunciaria ao cargo de primeiro ministro de Israel depois que seu partido Kadima escohesse um novo líder, o que acontecerá neste mês.
Mas Olmert continuará no cargo até que um novo governo seja formado, um processo que pode levar meses.
Ambos os lados dizem que houve progresso nas negociações.
De acordo com uma proposta recente de Olmert, Israel daria aos palestinos aproximadamente 92,7 por cento da Cisjordânia ocupada mais a totalidade da Faixa de Gaza, de acordo com autoridades palestinas e ocidentais informadas sobre as negociações.
Em troca, Olmert propôs uma troca de terras de 5,3 por cento, o que daria aos palestinos um território deserto adjacente à Faixa de Gaza.
Mas a proposta de Olmert não ofereceu soluções para as diferentes reivindicações na cidade sagrada de Jerusalém, e seria implementada apenas se Abbas restabelecesse o controle da Faixa de Gaza, tomada pelo Hamas há um ano.
Abbas recusou nos últimos dias qualquer acordo parcial com Israel.
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