O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que não haverá acordo de paz com Israel enquanto o Estado judeu não parar de construir assentamentos em áreas que os palestinos querem para seu futuro Estado. "Israel deve decidir entre a paz ou a continuação dos assentamentos", afirmou Abbas hoje em um discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Abbas reafirmou, porém, o compromisso palestino para tentar chegar a um acordo de paz.
"Nós decidimos entrar em um status final de negociação. Nós vamos continuar exercendo muito esforço para alcançar um acordo para a paz entre israelenses e palestinos dentro de um ano, que obedeça decisões de legitimidade internacional (...) e a visão de uma solução para os dois Estados", declarou Abbas.
As negociações diretas entre israelenses e palestinos foram paralisadas apenas três semanas depois de começarem, em Washington, EUA, no início de setembro, em razão da aproximação do fim do congelamento de 10 meses nas construções de Israel em terras reivindicadas pela Palestina. Os palestinos reivindicam a Cisjordânia como parte de um futuro Estado e dizem que os assentamentos dificultam o estabelecimento de um país viável para eles.
O prazo do congelamento termina amanhã e os palestinos estão esperando que os esforços dos EUA na intermediação do caso quebrem o impasse. O presidente norte-americano, Barack Obama, tem colocado a solução do conflito no centro de sua política externa, mas autoridades israelenses e palestinas afirmaram hoje que um acordo ainda está longe.
"Nossas demandas pelo fim das atividades nos assentamentos, pela suspensão do cerco à Faixa de Gaza e pelo fim de todas as outras políticas e práticas ilegais de Israel não constituem precondições arbitrárias no processo de paz", argumentou Abbas na ONU. Segundo o líder, essas são obrigações passadas que Israel tem de implementar e essa implementação "vai levar à criação do ambiente necessário para o sucesso das negociações".