O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse nesta terça-feira que precisa tomar uma decisão em breve sobre o futuro do governo do Hamas e que pode procurar aprovação para qualquer medida em um referendo.
Abbas indicou que vai demitir o governo e disse que as negociações para formar uma coalizão de unidade com o movimento islâmico acabaram devido à recusa do movimento em abrandar sua posição em relação a Israel.
A disputa pelo poder provocou um forte conflito interno neste mês entre o Hamas e a facção Fatah, de Abbas, o que deixou 18 mortos e gerou temores de uma guerra civil.
- No futuro próximo precisamos alcançar opções que nos permitam sair dessa crise o mais rápido possível...É impossível continuar com essa situação - disse Abbas em entrevista à imprensa na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.
Abbas, um moderado, não disse de forma explícita quais são essas opções, mas seus aliados afirmaram que ele pode convocar novas eleições, indicar um governo de emergência ou realizar um referendo para que o povo palestino decida o que fazer.
Questionado se convocaria um referendo, Abbas disse:
- Se não houver texto constitucional sobre uma questão que procuro, vou ao povo e realizarei um referendo sobre esse assunto.
Apesar de a lei básica palestina, que funciona como uma Constituição, permitir que o presidente demita o governo, ela não menciona nenhuma outra alternativa como convocar eleições mais cedo.
O Hamas acusou o Fatah de tentar derrubar o governo e fez um alerta de que pode haver mais violência interna se Abbas for adiante com as ameaças. Os islâmicos surpreenderam o Fatah ao vencer a eleição parlamentar em janeiro.