O presidente palestino, Mahmoud Abbas, prometeu nesta terça-feira (27) assumir uma postura dura no diálogo com Israel, e anunciou que irá dizer ao enviado norte-americano George Mitchell que a recente ofensiva na Faixa de Gaza mostra as reais intenções israelenses no processo de paz.

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Em sua primeira entrevista coletiva desde que Israel iniciou a ofensiva de 22 dias, em 27 de dezembro, Abbas disse também que apoia os esforços internacionais para processar Israel por crimes de guerra.

O presidente palestino pertence à facção laica Fatah e tem autoridade apenas sobre a Cisjordânia. Israel lançou a ofensiva sob a alegação de impedir o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza e é rival do Fatah, de disparar foguetes contra seu território. De acordo com fontes médicas, o confronto matou cerca de 1.300 palestinos, sendo cerca de 700 civis; e 13 israelenses, dos quais 3 civis.

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"Faremos de tudo para provar que Israel cometeu crimes que deixaram qualquer um arrepiado", disse Abbas. "Queremos que o mundo nos dê justiça uma só vez. Israel não quer a paz, do contrário não teria feito isso. Precisamos entender isso e dizer aos que estão vindo da Europa e da América. Israel quer perder tempo para reforçar os fatos no terreno, com assentamentos e o muro."

Na segunda-feira, o governo de Israel prometeu proteção do Estado a seus militares, antevendo vários esforços para processar oficiais e soldados no exterior.

Depois do massacre, o Hamas acusou seus rivais do mundo árabe de serem "colaboradores" de Israel. O grupo islâmico também acusa Abbas e seus aliados árabes de não receberem nada em troca das suas negociações de paz com o Estado judeu.

"Queremos um Estado nas fronteiras de 1967, uma solução justa para a questão dos refugiados, uma remoção dos assentamentos. Não se irá além desses pontos, nem haverá barganha", disse Abbas, que está na defensiva no mundo árabe diante da retórica de "resistência" do Hamas.

A Autoridade Palestina quer estabelecer um Estado que incluiria a Faixa de Gaza (desocupada por Israel desde 2005), a Cisjordânia (ocupada desde 1967) e Jerusalém Oriental (anexada por Israel sem reconhecimento internacional).

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Israel diz que não abrirá mão de Jerusalém Oriental e de alguns blocos de assentamentos na Cisjordânia.

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