O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, reafirmou neste domingo (25) que não haverá negociações com Israel se a colonização israelense nos territórios palestinos não parar por completo.

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"Não haverá negociações sem a legitimação internacional e sem uma parada completa da colonização", afirmou Abbas diante de milhares de partidários em Ramallah, na Cisjordânia, em sua volta de Nova York, onde, na sexta, apresentou um pedido histórico de adesão de um Estado palestino à ONU.

Em sua volta aos territórios, Abbas foi ovacionado pela multidão que o esperava e o recebeu como um verdadeiro heroi.

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Ao entrar na Muqata, sede da presidência da Autoridade Palestina, caminhou sobre um tapete vermelho até o túmulo do ex-chefe histórico do movimento nacional palestino, Yasser Arafat.

"Fomos à ONU levando suas esperanças, sonhos, ambições, sofrimentos, visões e desejo de um Estado palestino independente", enfatizou Abbas, dirigindo-se à multidão num discurso breve, mas emocionante.

"Dizem que existe uma Primavera Árabe. Mas também há uma primavera palestina, uma primavera do povo e de resistência não-violenta para atingir nosso objetivo", acrescentou Abbas.

"O povo quer um Estado palestino", exclamou para a multidão.

"O retorno do presidente Abbas para sua terra natal é o retorno de um herói de retorno, que revolverá as águas estagnadas do Oriente Médio", declarou com entusiasmo um editorial do jornal palestino Al Quds.

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Abbas goza de uma popularidade crescente desde sexta-feira, quando entregou o pedido de adesão da Palestina à ONU, e pediu um Estado baseado nas fronteiras de 4 de junho de 1967, com Jerusalém Oriental como capital. O Quarteto do Oriente Médio (EUA, UE, ONU e Rússia) propuseram na sexta-feira propostas para que os israelenses e palestinos retomem as negociações de paz com o objetivo de alcançar um acordo final até 2012.

Por outro lado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que Abbas deveria concordar com negociações sem condições prévias a fim de alcançar um acordo de paz no Oriente Médio.

Em declarações a um canal TV depois do pedido do Quarteto para a Paz para a retomada de negociações diretas, Netanyahu afirmou que seu conselho a Abbas é que "se quiser alcançar a paz, coloque de lado todas as condições prévias".

Mais cedo, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, afirmou ser favorável à adoção do plano de paz do Quarteto para conseguir um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

"Acho que é preciso aceitar a proposta do Quarteto porque inclui um ponto muito positivo: a abertura de negociações sem condições prévias" afirmou Lieberman, entrevistado em Nova York pela rádio estatal israelense.

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Apesar de admitir ter reservas quanto a esse plano, o chanceler explicou que seu país deve favores aos Estados Unidos.

"Os americanos mobilizaram grandes esforços no Quarteto para alcançar esta proposta e nos apoiaram tanto na crise de nossa embaixada no Cairo como no discurso do presidente Barack Obama na ONU", afirmou ainda.

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