O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu nesta sexta-feira (20) um apelo veemente para que ajude a implementação da paz no Oriente Médio. O pedido partiu do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para quem Lula pode ter uma participação ativa nesse processo. "Vossa Excelência conquistou a admiração internacional, é muito capaz. Necessitamos da sua ajuda. Precisamos que o senhor assuma esse papel (de mediador), pois está preparado para isso", disse Abbas ao se encontrar com Lula em Salvador.
Em resposta, o presidente brasileiro condenou a situação de conflito que envolve palestinos e israelenses e afirmou que o Brasil advoga o diálogo e tem interesse em participar mais firmemente das discussões pela paz. Defendeu, ainda, a persistência na busca de entendimento entre as nações envolvidas "Não é possível que os interesses de uma minoria se sobreponham aos interesses gerais", ressaltou.
Segundo Lula, se for realizada uma pesquisa em todo o mundo sobre a opinião das nações em relação aos problemas políticos no Oriente Médio, "mais de 80% se manifestarão favoráveis à paz". E concluiu: "Então, se todo o mundo quer a paz, o que precisa ser feito é um trabalho coletivo em favor da paz."
"Todos os governos devem colocar esse tema entre suas prioridades", pregou o presidente brasileiro, que ainda condenou a ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina ressaltou que o Brasil é um bom exemplo, por ter aprendido a conviver com as diferenças "sem olhar cor, sexo ou religião".
Viagem
Mahmoud Abbas chegou à Bahia na noite de quinta-feira, para se encontrar com Lula, dando a assim a largada em uma ampla viagem pela América Latina, em busca de apoio à criação do Estado palestino.
Seu primeiro compromisso oficial foi uma reunião com vários embaixadores de países árabes. Nesta sexta-feira, após seu encontro com Lula, ele ofereceu um almoço em um restaurante da capital baiana para a comunidade palestina.
Ainda pela manhã houve a assinatura de um termo de cooperação técnica entre os dois países. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil já vem contribuindo financeiramente com a Palestina e o acordo assinado pela manhã com o embaixador Ibrahim Al Zeben apenas ampliará essa participação para outros setores, como a agricultura e o esporte.
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