O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que seguirá com seu plano de buscar a adesão plena de um estado palestino na Organização das Nações Unidas apesar de "ter-se instaurado o caos" por conta do pedido, a que se opõem os Estados Unidos e Israel.
A caminho da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Abbas declarou que os governos europeus e os Estados Unidos lhe informaram que "a situação não é boa" depois da iniciativa que reflete sua frustração com um processo de paz moribundo.
"Até que ponto, saberemos depois", disse Abbas, líder da Autoridade Palestina, que depende da ajuda financeira internacional para sobreviver na Cisjordânia ocupada por Israel.
Os Estados Unidos e Israel querem manter o processo de paz restrito a um "diálogo bilateral" supervisionado à distância por Washington, disse Abbas. Mas esse diálogo tem fracassado, o que levou à iniciativa de buscar a condição de membro na ONU.
"Decidimos tomar essa medida e instaurou-se o caos contra nós", declarou ele a jornalistas durante seu voo a Nova York.
Abbas disse que apresentará o pedido pela condição integral de membro da ONU durante seu discurso à Assembleia Geral na sexta-feira.
No entanto, os Estados Unidos anunciaram que bloquearão o pedido palestino para se integrar à ONU, argumentando que só a retomada do processo de negociação pode avançar para estabelecer a paz.
Membros do governo israelense estão pedindo represálias firmes contra uma iniciativa que, segundo eles, tem como objetivo isolar Israel. Alguns políticos norte-americanos disseram que tentarão cortar a ajuda dos EUA aos palestinos, que totaliza 500 milhões de dólares por ano, se não recuarem.
A Autoridade Palestina já enfrenta uma crise financeira neste ano por causa da redução da ajuda dos Estados árabes.
Os palestinos responsabilizam Israel pelo fracasso do processo de paz até o momento e afirmam que a medida na ONU ajudará a igualar as forças com seu adversário, que é mais poderoso, antes de futuras negociações.
No entanto, o pedido não deve ser bem-sucedido por causa da oposição dos Estados Unidos, que têm poder de veto no Conselho de Segurança.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse no domingo que esperava esse resultado. "A tentativa (palestina) de ser aceito como membro habitual da ONU fracassará", afirmou durante a reunião semanal de seu gabinete.
"Acredito que ao final, quando a poeira baixar, depois de tudo o que ocorre na ONU, finalmente os palestinos voltarão à razão - essa é a minha esperança - e abandonarão estas manobras que tentam se esquivar das negociações e se sentarão à mesa", disse.
Deixe sua opinião