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Acabou em impasse a tentativa do governo brasileiro de convencer o Paraguai a desistir de suas reivindicações de mudança no Tratado de Itaipu e de renegociação da dívida da hidrelétrica. Liderada pelo chanceler Celso Amorim, a delegação brasileira ofereceu nesta segunda-feira (26) ao país vizinho um aumento do pagamento adicional pela energia elétrica cedida pelo Paraguai, hoje de US$ 100 milhões. O Brasil também se dispôs a criar um fundo binacional para financiar projetos de desenvolvimento nos dois países e uma linha de crédito facilitado para as obras paraguaias que venham a ser executadas por empresas brasileiras, como a linha de transmissão de energia de Itaipu a Assunção.

O chanceler paraguaio, Alejandro Hamed, deixou o Itamaraty visivelmente contrariado. Seu principal negociador técnico, Ricardo Canese, reagiu furioso às perguntas da imprensa e negou-se a respondê-las. A delegação paraguaia limitou-se, ao final de duas horas de negociações, a prometer uma resposta por escrito, dentro de 15 a 20 dias, sobre as contrapropostas brasileiras. O texto deverá embasar uma nova rodada de negociação, prevista para o início de março.

Uma última chance de pressão do Paraguai deverá ser aproveitada nos próximos dias 29 e 30, quando o presidente paraguaio, Fernando Lugo, estará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Fórum Social Mundial, em Belém.

Foi a terceira vez que o Brasil rejeita a proposta do Paraguai sobre Itaipu. Ao final do encontro, Amorim e Hamed fizeram um pronunciamento de apenas quatro minutos. "Ficamos de refletir sobre o que cada um propôs", afirmou Amorim, para ressaltar que o clima foi "muito positivo". "Trabalhamos de maneira muito construtiva sobre a aproximação de posições para chegar a um acordo satisfatório aos dois países", completou Hamed, de maneira protocolar.

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