O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, apresentou um acordo climático global sem precedentes neste sábado, uma medida que objetiva dentro de décadas transformar a economia mundial movida a combustíveis fósseis e virar o jogo na luta contra o aquecimento global.
No fim do ano mais quente já registrado e após quatro anos de conversas tensas na Organização das Nações Unidas (ONU), nas quais muitas vezes os interesses de nações ricas e pobres entraram em conflito e ilhas ameaçadas enfrentaram potências econômicas em ascensão, Fabius exortou as autoridades de quase 200 nações a apoiaram o que espera ser um rascunho final.
Fixando a meta ampla de eliminar o aumento bruto de emissões de gases de efeito estufa neste século, o pacto não determina medidas ou alvos específicos. Em vez disso, cria um sistema para garantir que os países façam esforços voluntários significativos para deter as emissões, e disponibiliza bilhões de dólares a mais para ajudar nações pobres a lidarem com a transição para uma economia mais sustentável.
“Nossa responsabilidade com a história é imensa”, afirmou Fabius às milhares de autoridades, entre elas o presidente francês, François Hollande, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, presentes em Paris.
“Se falhássemos, como poderíamos reconstruir esta esperança?”, indagou. “Nossos filhos não nos entenderiam nem perdoariam”.
A menos que surjam objeções de última hora enquanto os negociadores revisam o texto final, os delegados vão se reencontrar para aprovar o acordo, um grande avanço nos esforços globais para evitar as consequências potencialmente desastrosas de um planeta superaquecido.
Antes da sessão, o principal negociador chinês, Gao Feng, afirmou que “hoje existe esperança” em um pacto definitivo, e o chanceler das Ilhas Marshall, Tony De Brum, disse à Reuters: “Acho que terminamos aqui”. Ao deixar a reunião do meio-dia, Kerry declarou que um acordo parecia estar “acertado”.
Se finalizado, este será um símbolo poderoso para os cidadãos de todo o mundo e um sinal vigoroso aos investidores - pela primeira vez em mais de duas décadas, tanto nações ricas quanto pobres terão encontrado uma visão comum para frear as emissões de gases de efeito estufa e um roteiro para pôr fim a dois séculos de predominância dos combustíveis fósseis.
Desde o início, críticos vinham dizendo que o entendimento em negociação tinha sérias fraquezas, sobretudo o fato de que os cortes de emissões almejados não bastarão para manter o aquecimento global abaixo dos 2 graus Celsius em relação à era pré-industrial - o nível que os cientistas afirmam ser necessário para impedir os efeitos mais severos do aquecimento, como secas graves e o aumento do nível dos mares.
Governo Lula cobra fatura de aliança com Lira nesta última semana do Legislativo
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Não é só nos EUA: drones sobrevoam base da Força Aérea americana e empresas estratégicas na Alemanha
Juiz de Brasília condena Filipe Martins por suposto “gesto racista” em sessão do Senado