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Crise política

Acordo para transição no Iêmen está ameaçado; Saleh não assina

Um acordo mediado por países do Golfo Pérsico para facilitar a saída do presidente iemenita Ali Abdullah Saleh estava prestes a cair por terra no domingo (1º), depois de o presidente ter se negado a firmá-lo, fato que aponta para a possibilidade de aumento da instabilidade no país da Península Arábica.

O pacto teria feito de Saleh --sobrevivente político astuto que está no poder há 33 anos-- o terceiro governante da região afastado pela onda de levantes populares pró-democracia que vem varrendo o mundo árabe. Estava previsto que Saleh assinasse o acordo no sábado.

Furiosa com a mudança de postura de último minuto do presidente, a oposição iemenita disse que considera a possibilidade de intensificar as pressões sobre Saleh, após três meses de protestos de rua exigindo sua saída.

"Estamos estudando as opções de escalada das pressões e aguardando uma posição dos EUA e Europa sobre a recusa de Saleh em assinar o acordo", disse à Reuters um líder oposicionista sênior que se negou a ser citado porque ainda não foi tomada nenhuma decisão formal.

Uma fonte do Golfo disse que a cerimônia formal de assinatura do acordo em Riad, no domingo, na qual a oposição iria firmar o acordo depois de Saleh assiná-lo em Sanaa, foi adiado. A fonte não informou se a cerimônia foi transferida para outra data, nem qual poderia ser essa data.

Os Estados Unidos e o país vizinho Arábia Saudita, gigante petrolífero, querem que o impasse no Iêmen seja resolvido para evitar o caos no país, que poderia converter a ala iemenita da Al Qaeda em ameaça maior à região.

Ministros dos países árabes do Golfo iriam reunir-se para discutir a crise. Mas a oposição disse que não viajaria a Riad no domingo para participar das discussões, dizendo que não há razão para isso.

Mediadores do Conselho de Cooperação do Golfo disseram à oposição iemenita no sábado que Saleh assinaria o acordo na condição de líder de seu partido mas se recusou a assiná-lo na condição de presidente, conforme o previsto no acordo. O secretário-geral do CCG, que estavam em Sanaa para presenciar a assinatura, deixou o Iêmen sem conseguir a assinatura de Saleh.

Mas a oposição iemenita disse que ainda tem esperanças de que os Estados do Golfo consigam fazer com que Saleh assine o pacto. Tanto Saleh quanto a oposição, que inclui islâmicos e esquerdistas, concordaram com o acordo em princípio.

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