Foz do Iguaçu - Representantes do Mercosul e de outros sete países assinaram ontem em Foz do Iguaçu o Protocolo Final da Rodada São Paulo do Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento (SGPC).
O acordo estabelece um desconto de 20% sobre a tarifa aplicada a 70% dos produtos que compõem a lista de ofertas dos signatários de três continentes. Com a mudança, os produtos beneficiados por alíquotas menores saltarão dos iniciais 651 para mais de 47 mil itens.
A assinatura conclui o ciclo de negociações lançado em 2004, em São Paulo. O acordo criará novas oportunidades de acesso a mercados para um número significativo de produtos entre o Mercosul, Cuba, Egito, Índia, Indonésia, Malásia, Marrocos e Coreia do Sul.
As novas tarifas entram em vigor após a ratificação, pelo Legislativo, do acordo por pelo menos quatro países e devem valer por duas décadas. O Mercosul excluiu das vantagens as linhas têxteis, de calçados, as máquinas e os automóveis.
Segundo o Secretário Geral do Itamaraty e próximo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, a solução para os problemas econômicos ligados à expansão comercial passava necessariamente por esse tipo de negociação.
"Se a ideia de reforçar o Sistema Global de Preferências Comerciais entre países em desenvolvimento era boa em 2004, ficou ainda melhor em 2010", observou lembrando que em 2009, quando as exportações brasileiras totais sofreram queda, para esses países cresceram mais de 18%, somando quase US$ 1 trilhão.
Os 11 signatários do SGPC reúnem quase um terço da população de todo o mundo, com cerca de 1,9 bilhão de habitantes, respondem por 9% do consumo do planeta e representam um mercado de mais de US$ 5 trilhões, que cresceu, nos últimos 4 anos, a uma taxa duas vezes maior do que a média mundial. Patriota adiantou que Irã, Nigéria e Argélia estão em negociações adiantadas para também integrarem o acordo que cria vantagens competitivas entre os participantes e diminui a dependência de países desenvolvidos.
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