Alfredo Montenegro, advogado do ex-deputado colombiano Sigifredo López, estuda pedir sua liberdade imediata se for confirmado que uma prova grafológica de um plano que serviu para planejar seu próprio sequestro e o de 11 colegas seus em 2002 resultou negativa.
Montenegro disse neste domingo a vários jornais colombianos que o promotor encarregado informou ontem à noite a seu defendido que seus traços não coincidem com os exibidos no mapa que serve de evidência, o que, segundo sua opinião, comprova que a investigação contra López não está sustentada.
"Lentamente estão caindo as provas e por isso vou insistir para que o deixem livre enquanto o caso é investigado", sustentou em declarações ao site do jornal "El Tiempo".
López foi detido no último dia 16 de maio e desde então permanece na sede do ente acusador em Bogotá enquanto é investigado por supostamente ter armado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) um cinematográfico sequestro em massa do qual também foi vítima durante sete anos.
No entanto, foi o único que conseguiu sobreviver ao sequestro, pois segundo contou após sua libertação em 2009, os guerrilheiros lhe tinham castigado em outra parte do acampamento horas antes que assassinassem em meados de 2007 seus 11 companheiros de cativeiro, aparentemente no meio de um fogo amigo.
As autoridades decidiram investigar López após a descoberta de um vídeo em um computador da guerrilha no qual um homem - cuja voz e perfil supostamente lembram os do ex-deputado - explica com um plano desenhado à mão as condições de segurança e estrutura do edifício onde foi perpetrado o sequestro.
A procuradoria pediu na sexta-feira passada ajuda para o FBI (polícia federal americana) para comparar a voz de López e a do homem do vídeo, uma vez que com os recursos técnicos dos laboratórios na Colômbia não foi possível chegar à conclusão alguma.
Além disso, Montenegro apontou que a inocência de López se solidificou também com o testemunho de Gustavo Arbeláez Cardona, conhecido como "Santiago", um dos guerrilheiros das Farc que participou do sequestro e que disse que a voz do homem do vídeo é de um comandante guerrilheiro conhecido como "J".