Duas explosões no aeroporto internacional de Bruxelas e uma terceira em uma estação de metrô na região central da capital da Bélgica deixaram nesta terça-feira (22) dezenas de mortos e feridos. Em coletiva de imprensa, o prefeito da cidade, Yvan Mayeur, disse que o total de vítimas fatais chegou a 34: 20 mortos no metrô e 14 mortos no terminal aeroviário. O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) seria o autor dos atentados. A informação é da agência italiana Askanews que cita fontes do próprio grupo terrorista.
Especial: O Enigma do Califado
Estado Islâmico seduz jovens com a promessa de uma vida “santa”
Vídeos mostram cenas após atentados em Bruxelas; veja
Veja a imagens de Bruxelas após o atentado
Veja os pontos dos atentados nesta terça-feira
A explosão no metrô de Bruxelas deixou ainda 106 feridos; no atentado contra o aeroporto foram 92 feridos.
As duas explosões no aeroporto - que permanecerá fechado também na quarta-feira (23) - foram provocadas por ao menos um homem-bomba, disse o procurador-geral do país, Frederic Van Leeuw.
“Ocorreram duas explosões na zona de partidas, uma provavelmente provocada por um homem-bomba”, disse o procurador Frederic Van Leeuw em uma coletiva de imprensa junto ao primeiro-ministro belga, Charles Michel.
As autoridades belgas informaram que encontraram uma terceira bomba que não explodiu no aeroporto de Bruxelas.
“Foram colocadas três bombas no edifício e uma delas não explodiu”, disse Lodewijk De Witte, o governador da província do Brabante Flamenco em uma coletiva de imprensa no aeroporto, explicando que o artefato foi destruído posteriormente em uma explosão controlada.
A insegurança elevada após os atentados fizeram outras autoridades a aumentar o esquema antiterrorismo. Por enquanto, Nova York , Washington e Reino Unido já confirmaram reforços nos trabalhos policiais.
Explosões
Pouco depois das 8 horas local (4 horas de Brasília), duas explosões quase simultâneas atingiram a área de desembarque do aeroporto internacional de Bruxelas.
“Primeiro aconteceu uma pequena explosão e depois uma mais forte na altura do check-in”, afirmou a jornalista Teresa Küchler, do jornal sueco Svenska Dagbladet. “Todo o edifício tremeu, havia fumaça por todos os lados e pessoas jogadas no chão do terminal. Pedaços do teto caíram”, disse.
Informações não confirmadas nas redes sociais indicaram que uma das explosões ocorreu perto do balcão de check-in da AA no terminal aéreo da capital belga. A companhia aérea não confirmou estas informações, mas afirmou em um comunicado que estava “cuidando de seus clientes, funcionários e contratistas”.Acrescentou que seu voo 751, que deveria partir de Bruxelas nesta terça-feira com destino à Filadélfia, foi cancelado.
Imagens exibidas por canais de televisão mostraram cenas de pânico, com centenas de passageiros fugindo do terminal, em meio à fumaça e aos vidros quebrados.
“O teto caiu, havia um cheiro de pólvora”, contou à AFP Jean Pierre Lebeau, um francês que acabara de chegar de Genebra.
Várias testemunhas afirmaram que ouviram tiros e gritos em árabe antes das explosões. A Procuradoria Federal confirmou à imprensa dezenas de feridos no aeroporto.
Pouco depois aconteceu pelo menos uma explosão na estação de metrô de Maalbeek, o bairro de Bruxelas onde ficam as instituições europeias.
Um jornalista da AFP observou do lado de fora da estação 15 pessoas, com os rostos ensanguentados, recebendo atendimento médico.
Paranaenses relatam clima de tensão que tomou Bruxelas após atentados
Leia a matéria completaAlerta máximo
O ministro do Interior, Jan Jambon, elevou o alerta de ameaça terrorista no país ao nível máximo.
“Temíamos um atentado terrorista e aconteceu”, disse primeiro-ministro belga
Leia a matéria completaAs explosões desta terça-feira acontecem após a detenção na sexta-feira em Bruxelas de Saleh Abdeslam, principal suspeito dos ataques terroristas de Paris em novembro, após quatro meses de uma operação de busca e captura. Depois de preso, Abdeslam afirmou a investigadores que estava pronto para realizar um outro atentado, que seria organizado em Bruxelas (Bélgica).
Nesta terça, as autoridades belgas fecharam o metrô, o aeroporto, o serviço de bondes, ônibus, assim como as principais estações ferroviárias da capital. A Comissão Europeia pediu aos funcionários que não compareçam ao trabalho ou permaneçam nos escritórios.
O centro de crise do governo belga solicitou aos moradores de Bruxelas que permaneçam em casa.
Ao mesmo tempo, as autoridades de vários países europeus reforçaram a segurança em seus aeroportos e fronteiras. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Holanda e Dinamarca anunciaram a intensificação dos controles.Além disso, a linha Eurostar, que liga Paris e Londres com Bruxelas por trem, suspendeu as viagens à capital belga.
Relatos
As vítimas em meio a poças de sangue e corpos mutilados são algumas das cenas dantescas observadas após os atentados desta terça-feira no aeroporto e no metrô de Bruxelas, uma cidade afundada no pânico e no horror.
“Um homem gritou palavras em árabe e ouvi uma grande explosão”, contou à AFP Alphonse Lyoura, que trabalha na segurança das bagagens dos voos à África e se encontrava perto do local da primeira explosão.“Era o pânico geral. Me escondi e esperei cinco, seis minutos. Algumas pessoas vieram me pedir ajuda”, acrescentou, com as mãos ainda ensanguentadas.
“Ajudei ao menos sete feridos. Retiraram cinco corpos que já não se moviam”, prosseguiu, explicando que “muitos perderam as pernas. “Via pessoas no chão com sangue e já não se moviam. Não estou bem psicologicamente. É o horror, a Bélgica não merece isso”, disse sem conseguir conter as lágrimas.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura