O governo sul-africano não consegue atender às exigências de milhares de funcionários públicos, e espera chegar a um acordo na semana que vem, antes que uma greve se alastre para quase 1 milhão de empregados, disse um ministro na sexta-feira.

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Milhares de servidores cruzaram os braços na quinta-feira, e sindicalistas dizem que cerca de 1 milhão de funcionários podem parar na semana que vem para reivindicar melhores salários.

A paralisação até agora teve pouco impacto sobre o país, mas a ampliação da greve, abrangendo fiscais alfandegários, trabalhadores da saúde e outros serviços públicos, pode prejudicar a economia local, a maior da África.

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Richard Baloyi, ministro de Serviço Público e Administração, disse a jornalistas que os sindicatos têm até 4 de agosto para aceitarem a última oferta do governo. "A caneta cai na quarta-feira. Se não cair, a tinta seca. Temos de deixar essa questão para trás", afirmou.

Segundo Baloyi, o governo tem outras prioridades, como obras de infraestrutura e a inauguração de escolas e delegacias, e aumentos salariais ao funcionalismo sobrecarregariam os cofres públicos.

"Não há líder na África do Sul que irá dizer que o governo deveria parar de aumentar o número de policiais, enfermeiras, professores e outras categorias de servidores públicos, a fim de usar o dinheiro que o governo tem para pagar aumentos salariais para os atuais funcionários públicos", afirmou.

O ministro disse ainda que a oferta inicial - aumento de 6,5 por cento - já estoura o orçamento público. Os sindicalistas pleiteiam aumento de 8,6 por cento e um abono habitacional mensal de 1.000 rands (136 dólares).

Baloyi disse que o governo mantém a oferta de 6,5 por cento, com abono habitacional de 630 rands.

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O aumento pleiteado pelos sindicatos equivale a mais que o dobro da inflação no país, de 4,2 por cento, e o governo teme que um aumento tão expressivo gere mais inflação e perturbe os esforços para reduzir o déficit público, de 6,7 por cento doPIB.

A maior central sindical do país, a Cosatu, ameaça aderir na semana que vem à greve do funcionalismo público, o que pode elevar a 900 mil o número de trabalhadores parados. Seria a maior greve do funcionalismo sul-africano em três anos.

Mas analistas anteveem um acordo, já que as duas partes reduziram suas divergências, e o governo tem um histórico de ceder em negociações salariais com os sindicatos, que são um aliado tradicional do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA).