Diplomatas saem da sessão durante o discurso do presidente iraniano na Assembleia Geral| Foto: Don Emmert/AFP

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, usou seu discurso ontem no plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para criticar os Estados Unidos e o Ocidente, ao dizer que os EUA usaram os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 como uma desculpa para irem à guerra no Oriente Médio, em busca do lucro e do poder. Os ataques de Ahmadinejad são parecidos àqueles feitos há alguns dias pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

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"Quem usou o misterioso incidente de 11 de Setembro como um pretexto para atacar o Iraque e o Afeganistão, matando, ferindo e exilando milhões de pessoas nos dois países, com o objetivo final de reforçar seu domínio sobre o Oriente Médio e suas reservas petrolíferas?", afirmou o mandatário.

Diplomatas de vários países, liderados por norte-americanos e franceses, se retiraram do plenário quando o presidente iraniano começou a discursar. Os franceses saíram quando o presidente iraniano abordou a questão do Holocausto e do genocídio dos judeus na Segunda Guerra Mundial, enquanto os norte-americanos se retiraram após ele ter falado sobre o 11 de Setembro.

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Ahmadinejad também sugeriu que os EUA assassinaram Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda, como uma "queima de arquivo". "Não seria razoável levar à Justiça o perpetrador do incidente para identificar os elementos que estavam por trás do espaço seguro, proporcionado para o avião invasor atacar as duas torres gêmeas?", questionou Ahmadinejad. "Existem informações classificadas que precisam ser mantidas em segredo?"

O líder iraniano também afirmou que os EUA foram responsáveis pelas duas guerras mundiais e de usarem bombas nucleares contra "pessoas indefesas" no Japão em 1945. Ele também criticou o passado de escravidão nos EUA. Depois, o mandatário iraniano acusou países europeus não identificados de usarem o Holocausto como desculpa para "pagarem resgates aos sionistas". Segundo o iraniano, qualquer questionamento sobre as origens do movimento sionista é condenado nos EUA como um "pecado imperdoável".

"Ahmadinejad teve uma chance de falar às aspirações de liberdade e dignidade do seu próprio povo, mas, ao contrário, ele fez novamente um discurso antissemita e cheio de detestáveis teorias da conspiração", disse Mark Kornblau, porta-voz da missão norte-americana na ONU.