Diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, participa de coletiva de imprensa em Viena, em junho. A Agência Internacional de Energia Atômica pretende inspecionar dez por cento dos reatores mundiais ao longo de três anos, de acordo com uma proposta destinada a evitar a repetição de uma crise nuclear como a de Fukushima| Foto: REUTERS/Herwig Prammer

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) pretende inspecionar 10% dos reatores mundiais ao longo de três anos, de acordo com uma proposta destinada a evitar a repetição de uma crise nuclear como a de Fukushima.

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O plano de ação obtido pela Reuters contém medidas em dez áreas. O texto salienta que a segurança das usinas nucleares é basicamente de responsabilidade dos governos nacionais, mas diz que a AIEA e seus inspetores podem ter um maior papel na fiscalização das instalações.

Entre as propostas do Plano de Ação da Segurança Nuclear, a AIEA se dispõe a "organizar as revisões de segurança operacional (...) de uma em cada dez unidades de energia nuclear em um período de três anos".

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O texto não entra em detalhes, mas a AIEA já havia sugerido anteriormente que as usinas poderiam ser aleatoriamente selecionadas para as inspeções. Há cerca de 440 reatores atômicos em operação no mundo.

A AIEA, com sede em Viena, também conduziria avaliações regulares das agências reguladoras nacionais, disse a proposta, aparentemente com o objetivo de assegurar que elas são suficientemente independentes e contam com os recursos adequados.

O uso da energia nuclear está sob escrutínio há cinco meses, desde que um terremoto e um tsunami danificaram a usina japonesa de Fukushima Daiichi. A proposta da AIEA deve ser mal recebida por governos interessados em manter a segurança nuclear estritamente sob a sua jurisdição.

O plano de ação da AIEA deriva de uma conferência realizada em junho, e será discutida por representantes dos países filiados antes da Conferência Geral da agência, prevista para setembro.

Depois do acidente no Japão, a Alemanha anunciou a intenção de desativar todos os seus reatores nucleares até 2022, e a Itália decidiu banir o uso desse tipo de energia pelas próximas décadas.

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Embora os Estados filiados à AIEA concordem com a necessidade de reforçar a segurança atômica, há discordâncias sobre até que ponto é necessária uma intervenção internacional.

Rússia e França, que exportam usinas nucleares, defendem uma maior presença da comunidade internacional no processo, mas outros são mais cautelosos.

Atualmente não há inspeções internacionais obrigatórias, apenas recomendações da AIEA às agências reguladoras nacionais. A AIEA só realiza inspeções a convite do país envolvido.