Viena Se novas medidas não forem adotadas para coibir a disseminação da tecnologia relacionada às armas nucleares, até 30 países podem desenvolver tais armamentos, calcula a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Mohamed El Baradei, que comanda o órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou o alerta uma semana depois de a Coréia do Norte ter anunciado a realização de um teste com uma bomba nuclear. "Estamos lidando com o que, segundo costumo chamar, seriam Estados quase armados com bombas atômicas", afirmou El Baradei no discurso de abertura de uma conferência sobre segurança nuclear, em Viena, na Áustria.
Cinco países os EUA, a Rússia, a China, a França e a Grã-Bretanha declararam formalmente possuir bombas do tipo e assinaram o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Os outros quatro países que detêm armas nucleares são Índia, Paquistão, Israel e, agora, a Coréia do Norte.
O chefe da AIEA criticou o fato de as políticas de controle nuclear serem aplicadas de forma desigual para países diferentes. "É difícil manter a lógica de que, para alguns países, é seguro fabricar armas nucleares ao mesmo tempo em que se diz para todos os demais que isso não seria bom para eles. Não há lógica nisso", afirmou.
Indireta
El Baradei não citou nomes, mas os EUA são freqüentemente criticados por outros países por se mostrarem brandos demais com Israel e Índia, dois países que não assinaram o TNP.