• Carregando...

A organização extremista Estado Islâmico do Iraque, braço da rede Al-Qaeda no país, declarou nesta sexta-feira "toque de recolher" em todo território iraquiano para impedir a realização das eleições legislativas de domingo.

Segundo o SITE Intelligence Group, organização privada com sede nos Estados Unidos que estuda os grupos extremistas islâmicos e as mensagens postadas na internet, o anúncio do toque de recolher "saiu em um comunicado emitido em fóruns jihadistas no dia 5".

"O líder do Estado Islâmico no Iraque, Abu Omar al-Baghdadi, tinha ameaçado dar uma resposta às eleições e, em discurso divulgado no dia 12, disse que seu grupo impediria as eleições por todos os meios possíveis, principalmente pelos militares", diz o SITE Intelligence Group.

O "toque de recolher" estará em vigor das 6 horas às 18 horas deste sábado (horário local). No comunicado citado pelo SITE, o Estado Islâmico do Iraque diz que "as eleições só trarão prejuízo para os sunitas e darão aos xiitas um mandato para exercer o poder".

Em panfletos distribuídos na volátil província de Diyala, a noroeste de Bagdá, o Estado Islâmico do Iraque advertiu os iraquianos que eles correm o risco de ser mortos se forem votar

Atentados suicidas mataram pelo menos 33 pessoas em Baquba, capital de Diyala, na quarta-feira. Ataques em Bagdá, principalmente contra soldados e policiais que votaram antes, mataram 17 pessoas e feriram mais de 50 na quinta-feira.

As forças de segurança proibiram o trânsito de veículos das 22 horas desta sexta-feira até a madrugada de segunda-feira para tentar impedir atentados no dia da eleição.

Iraquianos no exterior começam a votar

Os iraquianos que estão no exterior começaram a votar nas importantes eleições parlamentares do país nesta sexta-feira. Trata-se da segunda disputa pelo Legislativo iraquiano desde 2003, quando a invasão liderada pelos Estados Unidos derrubou o ditador Saddam Hussein.

Centenas de pessoas formaram filas para votar na Síria, onde vive a maior comunidade de expatriados iraquianos. Também havia movimentação na vizinha Jordânia e em mais de dez outros países pelo mundo, entre eles EUA e Austrália.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) estima que cerca de 2 milhões de iraquianos vivam no exterior. A maioria fugiu da violência desde a invasão de 2003.

A minoria árabe sunita é particularmente interessada no voto no exterior, especialmente na vizinha Síria e na Jordânia, onde há muitos sunitas iraquianos.

Os sunitas esperam um grande comparecimento de sua comunidade para contrabalançar o aguardado bom número de membros da maioria xiita que devem votar em seus próprios partidos religiosos.

O voto no exterior ocorre durante três dias, enquanto no Iraque a maioria dos eleitores vota no domingo. Eles escolherão os 325 membros do Parlamento. O maior bloco no Legislativo tentará formar um governo para liderar o Iraque durante os quatro anos cruciais em que as tropas norte-americanas devem deixar o país, segundo um cronograma já estabelecido.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]