O presidente dos EUA, Barack Obama, ao lado da secretária de Estado, Hillary Clinton, anuncia nesta sexta-feira (27) a nova estratégia norte-americana para o Afeganistão| Foto: AFP

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (27) em Washington que a rede terrorista da al-Qaeda está planejando novos ataques contra o território norte-americano.

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A declaração, citando relatórios das agências de inteligência do governo americano, foi feita na Casa Branca, durante o anúncio da nova estratégia americana para combater a al-Qaeda e o Talibã no Afeganistão -que foi elevado a prioridade da administração Obama na luta antiterror.

A estratégia inclui o envio de mais de 4.000 militares para treinar as tropas afegãs. Também serão mandados funcionários civis.

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Um comandante do Talibã ironizou o plano, dizendo que o envio de 4.000 soldados adicionais não fará diferença.

Obama disse que a estratégia foi discutida com o Congresso, com os países afetados, com as Forças Armadas e com as agências governamentais envolvidas.

Os supostos ataques da al-Qaeda estariam sendo planejados a partir de bases da guerrilha no Paquistão, próximo à fronteira afegã, segundo Obama. A al-Qaeda é responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001, que provocou a invasão do Afeganistão por tropas americanas naquele mesmo ano.

Obama advertiu que, se o Paquistão não agir para controlar o terrorrismo, os Estados Unidos o farão.

"Para o povo americano, esta região de fronteira se tornou o lugar mais perigoso do mundo".

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Alertando que a segurança das pessoas em todo mundo corre risco, Obama pediu aos aliados e sócios americanos que se unam para ajudar na reconstrução e desenvolvimento do Afeganistão.

Para isso, propôs estabelecer um novo grupo de contato no Afeganistão que inclua o Irã para resolver o problema dos talibãs e da insurgência da Al-Qaeda.

Mas ele frisou que os EUA não querem "dominar" o país, apenas torná-lo um lugar estável.

A violência no Afeganistão está no seu nível mais elevado desde a invasão. A milícia islâmica ampliou fortemente seus ataques, frequentemente operando a partir de refúgios no lado paquistanês da fronteira.

Obama, que critica seu antecessor George W. Bush por ter priorizado a guerra do Iraque à do Afeganistão, determinou uma revisão da estratégia no Afeganistão logo depois da sua posse, em 20 de janeiro.

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"Não se trata de uma reversão para um foco mais estreito na Guerra ao Terrorismo", disse Alex Thier, especialista em Afeganistão do Instituto da Paz, em Washington.

Ele afirmou que, embora o governo Obama cite a intenção de perseguir a al-Qaeda, ele também está se comprometendo com um esforço mais amplo no sentido de estabilizar o Afeganistão. "Trata-se de um plano abrangente para lidar com uma região crítica e instável."

Afeganistão e Paquistão prometem cooperar

Os governos do Afeganistão e do Paquistão celebraram o anúncio e prometeram cooperação com os norte-americanos.

O Afeganistão comemorou o fato de os EUA terem reconhecido que a guerra contra a insurgência do Talibã é um problema regional. "Nós particularmente saudamos o reconhecimento de que a ameaça da al-Qaeda emana principalmente do Paquistão", disse o porta-voz Humayun Hamidzada.

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O Paquistão também prometeu cooperar, dizendo que o novo governo americano tem "uma abordagem muito positiva" da situação regional. "Eles estão buscando uma abordagem regional da situação", disse o chanceler paquistanês, Shah Mehmood Qureshi.

O presidente dos EUA, Barack Obama, ao lado da secretária de Estado, Hillary Clinton, anuncia nesta sexta-feira (27) a nova estratégia norte-americana para o Afeganistão.