O presidente norte-americano, Barack Obama, ganhou na terça-feira apoio britânico e francês por um papel da Otan na campanha aérea contra o líder líbio, Muamar Kadafi, no momento em as forças ocidentais preparam os detalhes operacionais finais para transferir o controle da coalizão liderada pelos EUA.
Obama, que tem feito um pesado lobby para entregar o comando das operações para os aliados em dias, telefonou ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, e para o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e todos concordaram que a Otan teria um papel importante na Líbia, afirmou a Casa Branca.
Mas os aliados não apoiaram explicitamente a liderança política da Otan na missão. Eles temem ser difícil vender a ideia para a Turquia, que é membro da Otan, além da possibilidade de ter menos apoio árabe, que já é frágil, aos esforços para dar suporte aos rebeldes anti-Kadafi.
"O que estamos dizendo agora é que a Otan terá um papel importante aqui", disse o assessor sênior da Casa Branca para segurança nacional, Ben Rhodes, a jornalistas a bordo do avião Air Force One.
A diplomacia pessoal de Obama destaca que a capacidade de comando e controle da Otan será central para o desdobramento da campanha contra as forças de Kadafi, que começou com ataques aéreos no sábado com o objetivo de proteger civis.
Buscando fortalecer o apoio internacional para a operação, Obama telefonou para líderes da Europa e do Oriente Médio e salientou que a Otan deve assumir um papel de coordenação, já que ele pretende evitar que as forças dos EUA se envolvam em outro país muçulmano, depois do Iraque e do Afeganistão.
Em Bruxelas, diplomatas da Otan concordaram na terça-feira em impor um embargo de armas à Líbia, mas novamente houve um debate acalorado sobre se a aliança deve comandar a campanha militar no país do norte da África.
O almirante Samuel Locklear, chefe das forças dos EUA que atuam na imposição da zona de exclusão aérea sobre a Líbia, disse que estava trabalhando em estreita colaboração com as autoridades britânicas e francesas e que as forças militares de 13 nações estavam se mobilizando para tomar parte na missão.
Em Moscou, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse a repórteres que ainda acreditava numa transferência rápida do comando da coalizão.
"Não quero sair na frente da diplomacia que está sendo feita, mas eu ainda acho que uma transferência dentro de alguns dias é provável", disse.