Ao menos oito pessoas ficaram feridas quando centenas de aliados do Fatah, partido do presidente palestino Mahmoud Abbas, aproveitaram as orações semanais ao ar livre para protestar, nesta sexta-feira, contra a tomada da Faixa de Gaza pelo grupo rival Hamas. Forças da facção - que domina a região desde junho, quando rompeu o governo de coalizão palestino - prenderam diversos manifestantes, mas a tensão ainda é crescente nas cidades de Gaza e Rafah.
Em mais uma demonstração do acirramento do conflito interno, o porta-voz do Fatah na Cisjordânia, Fahmi al-Zahrir, disse que o grupo secular continuará a protestar contra o Hamas até que cesse a ocupação de Gaza.
- Ativistas do Fatah fizeram rezas fora das mesquitas e em lugares públicos como uma mensagem para o Hamas contra o uso que fazem das mesquitas para propaganda política e conspiração. Eles continuam a agredir a liberdade de expressão e os jornalistas - disse al-Zahrir.
Do outro lado, um porta-voz do braço armado do Hamas confirmou que dezenas de pessoas foram detidas, mas disse que a maior parte dos manifestantes abandonou os protestos. O ex-premier e líder do grupo em Gaza, Ismail Haniyeh, alegou que as rezas semanais estavam sendo exploradas para fins políticos.
Tiros foram disparados depois das orações em Gaza e, segundo testemunhas, vários homens foram agredidos ou detidos por integrantes das forças de segurança do Hamas após algumas pessoas terem atirado pedras contra o prédio do Ministério do Interior.
Forças do Hamas prendem dois aliados do Fatah em Gaza - Reuters
Seis palestinos jovens foram feridos por supostas granadas de efeito moral detonadas enquanto simpatizantes da Fatah atiravam pedras contra a casa de um importante membro do Hamas, na cidade de Rafah (sul), afirmaram membros de uma equipe médica.
Dois jornalistas de um canal de TV francês também ficaram levemente feridos em um incidente parecido ocorrido do lado de fora de uma delegacia da cidade de Gaza. Não se sabe o que detonou as bombas.