Israel disse na terça-feira que a comunidade internacional cometeria um "enorme" erro se tentasse conciliar as diferenças entre o grupo islâmico palestino Hamas e a facção laica Fatah.
O primeiro-ministro Ehud Olmert e a chanceler Tzipi Livni se manifestaram em reação a propostas do primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, e de parlamentares britânicos para que haja um diálogo com o Hamas, que em junho expulsou as forças da Fatah e assumiu o controle da Faixa de Gaza.
"Sei que parece tentador e sei que a comunidade internacional está ávida por ver algum tipo de entendimento entre o Hamas e a Fatah", disse Livni em entrevista coletiva.
"Isso está errado. Isso é um erro, um grande erro, enorme", disse Livni, batendo na mesa.
Mais tarde, Olmert conversou sobre isso por telefone com Prodi, de quem ouviu que a posição da Itália "é e sempre foi de que não deve haver contatos com o Hamas" até que o grupo islâmico reconheça a existência de Israel, cumpra acordos de paz prévios e renuncie à violência, segundo nota do gabinete de Olmert.
Israel e os EUA tentam isolar o Hamas em Gaza e dar apoio à Fatah na Cisjordânia ocupada.
Livni disse que o papel da comunidade internacional é essencial, e que "qualquer compromisso com o terror, qualquer compromisso com esses extremistas pode levar a prejuízos para o novo governo na Autoridade Palestina".
"A idéia é que agora haja uma chance no diálogo entre Israel e o novo governo palestino. Podemos alcançar algo, está aí", disse Livni, referindo-se ao gabinete formado sem o Hamas depois que o grupo islâmico assumiu o controle da Faixa de Gaza.
Steny Hoyer, líder da maioria democrata na Câmara dos EUA, saiu de uma reunião com o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, dizendo-se confiante de que a Fatah não vai buscar um novo pacto com o Hamas para a formação de um governo de unidade palestina.
"O sr. Fayyad deixou muito claro que o Hamas não pode e não será parceiro [da Fatah]", disse o parlamentar a jornalistas.
Também em visita a Israel, o chanceler do Japão, Taro Aso, reiterou o apoio ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, da Fatah, e anunciou a retomada do envio de ajuda à Autoridade Palestina.
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