O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira (31) que está "muito preocupado" com o episódio do ataque de Israel a um comboio de navios de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A cineasta e ativista brasileira Iara Lee seria uma das pessoas que se encontrava a bordo de uma das embarcações. "É um ato realmente muito grave, ficamos muito preocupados com isso", afirmou.
"Não poderíamos ter ficado mais chocados do que com um evento desse tipo. Eram pessoas pacíficas, que não significavam nenhuma ameaça e que estavam procurando realizar uma ação humanitária", disse Celso Amorim, após discursar no 31º período de sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Brasília. "Ação humanitária que não teria sido nem necessária se terminasse o bloqueio à Gaza, que já está durando tanto tempo".
"Queremos que Israel viva em segurança, mas não é com essas ações que Israel vai ter segurança. É tendo a paz com os seus vizinhos, a Palestina e os países árabes que os cidadãos israelenses também terão a sua paz e a sua tranquilidade", comentou Celso Amorim, que informou que um diplomata brasileiro deve se deslocar à região próxima do incidente.
Estado palestino
Nesta segunda também, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu a criação de um Estado Palestino. Ele condenou o ataque de Israel ao comboio de navios que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. "Esse ataque pode ser caracterizado como terrorismo de Estado. O que Israel fez é inadmissível; é uma provocação ao mundo", disse Vaccarezza. "A ONU precisa obrigar, criar condições para a construção do Estado Palestino", completou.
- Israel mata 9 em comboio de ajuda e provoca protestos
- Ministro da Defesa de Israel culpa comboio por mortes
- Casa Branca lamenta tragédia, mas evita criticar Israel
- Brasil condena ataque israelense a barcos com ajuda humanitária
- Brasileira relata na web participação no comboio atacado por Israel
- ONU fará reunião de emergência sobre ataque de Israel