O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou nesta quarta-feira (9) o formato do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O chanceler defendeu a reforma do conselho, cujo formato é do período pós Segunda Guerra Mundial. Para o diplomata, há uma "situação escandalosa" no órgão pois os membros-permanentes são "potências nucleares". Indiretamente ele se referiu à impossibilidade de estes países fazerem exigências ao Irã por suspeitas do programa nuclear.

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"Tem de ter reforma porque há uma situação escandalosa de que as cinco potências que são membros permanentes e também são potências nucleares", disse o chanceler, em entrevista coletiva, concedida no Itamaraty.

Criado em 1945, depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o Conselho de Segurança das Nações Unidos se mantém inalterado. Para o governo do Brasil, a existência de cinco países como membros-permanentes e dez como rotativos não representa o século 21. Pelas negociações em curso, o conselho reformado teria, entre os seus integrantes permanentes, dois países da Ásia, um da América Latina, outro do Leste Europeu e um da África.

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Atualmente são integrantes permanentes do conselho Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra. Já Brasil, Turquia, Bósnia Herzegovina, Gabão, Nigéria, Áustria, Japão, México, Líbano e Uganda são membros rotativos cujo mandato é de até dois anos.

O Conselho de Segurança tem o poder de autorizar a intervenção militar em qualquer país que integre as Nações Unidas, assim como estabelecer sanções, como as definidas nesta quarta-feira contra o Irã. Os conflitos e as crises políticas são analisados pelo conselho, que determina se há necessidade de intervenções militares ou missões de paz das Nações Unidas.

Dos 15 países que integram o Conselho de Segurança das Nações Unidas, 12 votaram nesta quarta-feira a favor das sanções ao Irã, somente Brasil e Turquia foram contra, enquanto o Líbano se absteve. Para grande parte da comunidade internacional, o programa nuclear iraniano é uma ameaça pois esconderia a produção de armas atômicas.