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Amorim diz que governo do Equador "deu um tiro no pé"

"O Brasil é uma das poucas fontes de crédito de que o Equador dispõe": país vizinho não quer pagar US$ 242,9 milhões a construtora brasileira Norberto Odebrecht SA | Antônio Cruz/ABr
"O Brasil é uma das poucas fontes de crédito de que o Equador dispõe": país vizinho não quer pagar US$ 242,9 milhões a construtora brasileira Norberto Odebrecht SA (Foto: Antônio Cruz/ABr)

O governo do Brasil assinalou nesta terça-feira (9) que o Equador "deu um tiro no pé" e pode ter fechado as portas a futuros financiamentos do Brasil, com sua decisão de não pagar um empréstimo oficial para construir uma usina hidrelétrica.

"O Brasil é uma das poucas fontes de crédito de que o Equador dispõe", disse o chanceler Celso Amorim, na Comissão de Relações Internacionais do Senado do Brasil.

"O Equador deu um tiro no pé com essa decisão", afirmou Amorim.

O ministro das Relações Exteriores aludia à decisão adotada pelo governo do presidente do Equador, Rafael Correa, de ir à Corte Internacional de Arbitragem, em Paris, para evitar o pagamento de um empréstimo de US$ 242,9 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil.

Esse empréstimo foi outorgado pelo BNDES para a construção da usina hidrelétrica de San Francisco, a qual foi levantada pela construtora brasileira Norberto Odebrecht SA. Não obstante, a usina apresentou deficiências, segundo o governo do Equador, o que levou Correa a expulsar a construtora do país.

Amorim lembrou que o Equador tem o projeto de construir uma rodovia entre Manta, no Equador, e Manaus, no Brasil, avaliado em US$ 1 bilhão. "Não sei quanto disso seria financiado pelo Brasil, mas essa possibilidade foi prejudicada", disse.

Amorim lamentou a maneira como o Equador anunciou sua intenção de não aceitar o pagamento do empréstimo, sem notificação prévia ao governo brasileiro, que ficou sabendo pela imprensa.

"O problema é que um governo amigo, um presidente que consideramos amigo (Correa), nos avisou da sua intenção pela imprensa", lamentou Amorim. "Essa decisão não corresponde ao espírito de encontrar uma solução negociada". As informações são da Associated Press.

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