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Tratado

Amorim diz que propostas do Paraguai em relação a Itaipu são "irrealistas"

Celso Amorim participa de audiência pública sobre os riscos de os países sul-americanos não pagarem empréstimos concedidos pelo BNDES | Antônio Cruz/ABr
Celso Amorim participa de audiência pública sobre os riscos de os países sul-americanos não pagarem empréstimos concedidos pelo BNDES (Foto: Antônio Cruz/ABr)

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse, nesta terça-feira (9), que as propostas do Paraguai para mudar o tratado da usina hidrelétrica de Itaipu são "irrealistas". Segundo matéria publicada pelo jornal "O Globo" nesta terça, o governo paraguaio quer mudar a forma de pagamento da dívida assumida pelos dois países para construir a obra e pretende vender o excedente de energia, que não é consumida pelo lado paraguaio, a outros países da América do Sul.

"São duas propostas irrealistas, mas o Brasil tem interesse em contribuir para o desenvolvimento no Paraguai", disse ele durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.

Segundo o jornal, o Tesouro Nacional dos países assumiriam a dívida de US$ 19 bilhões da usina, mas o Brasil ficaria com US$ 18,4 bilhões e o Paraguai, com US$ 600 milhões do total.

Pelo tratado, cada país recebe 50% da energia produzida em Itaipu. Porém, o Paraguai não consome toda sua parte e, pelo tratado assinado pelos dois países, o vizinho é obrigado a vender esse excedente ao Brasil por um preço mínimo. Os paraguaios exigem uma mudança no tratado para poder vender a outros países da América do Sul e lucrar mais com isso.

Também nesse caso, o governo brasileiro é contra. Segundo Amorim, o tratado foi escrito há décadas e as atuais regras é que viabilizaram a construção da usina. "A proposta não pode ser aceita, porque o Brasil não aceita o argumento de que a dívida é espúria. E não aceitamos o argumento de que a segurança energética do Paraguai só ocorrerá quando puderem vender para outros países a energia de Itaipu", salientou.

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